Resumo Ucrânia vs Rússia agora: Forças russas avançam em direção a Kiev

Volodymyr Zelenskiy

“Nós resistimos aos ataques inimigos e os estamos repelindo com sucesso”, disse Zelenskiy, em uma mensagem por vídeo das ruas de Kiev publicada em suas redes sociais (Imagem: Reprodução do Facebook de Volodymyr Zelenskiy)

O presidente da 💥️Ucrânia, 💥️Volodymyr Zelenskiy, disse em tom desafiador neste sábado que Kiev continua sob o controle da do país, enquanto as forças russas conduziam um novo ataque, atingindo a capital e outras cidades com artilharia e mísseis.

Uma autoridade militar dos 💥️Estados Unidos disse que as forças ucranianas estavam oferecendo uma “resistência muito determinada” ao avanço da Rússia em três frentes que levou centenas de milhares de ucranianos a fugirem em direção a oeste, entupindo as principais estradas e ferrovias que conectando o país a outras nações do leste europeu.

“Nós resistimos aos ataques inimigos e os estamos repelindo com sucesso”, disse Zelenskiy, em uma mensagem por vídeo das ruas de Kiev publicada em suas redes sociais.

O presidente russo, 💥️Vladimir Putin, lançou o que ele chamou de operação militar especial antes do alvorecer na quinta-feira, ignorando os alertas do Ocidente e dizendo que “neo-nazistas” governando a Ucrânia ameaçavam a segurança da 💥️Rússia.

Autoridade de segurança russa de primeiro escalão e ex-presidente, Dmitry Medvedev disse que operações militares seriam conduzidas incessantemente até os objetivos do governo serem alcançados.

A retórica mais forte da Rússia veio no momento em que o Kremlin disse que suas tropas retomaram avanços sobre a Ucrânia, após Putin ordenar uma pausa na sexta-feira para negociações de paz que nunca aconteceram.

Um conselheiro de Zelenskiy negou que Kiev se recusou a negociar, mas disse que a Rússia havia atrelado às discussões condições inaceitáveis. Ele também disse que não é verdade que a Rússia parou o movimento de suas tropas.

Tropas da Rússia

(Imagem: Facebook do Ministério da Defesa da Rússia)

O ataque da Rússia à Ucrânia é o maior contra um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial e ameaça colocar de cabeça para baixo a ordem do continente pós-Guerra Fria.

Medvedev disse que novas sanções contra a Rússia eram um sinal da impotência do Ocidente no conflito e indicou um rompimento de laços diplomáticos, dizendo que era hora de “fechar as embaixadas com cadeado”.

Os EUA observaram mais de 250 lançamentos de mísseis russos, a maioria de curto alcance, contra alvos ucranianos, disse a autoridade militar dos EUA.

“Sabemos que (as forças russas) não fizeram o progresso que queriam, especialmente no norte. Elas estão sendo frustradas pelo que viram ser uma resistência muito determinada”, disse a fonte militar, sem oferecer evidências.

Moscou diz que está tomando cuidado para não atingir alvos civis.

O líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, aliado próximo de Putin, disse no sábado que seus soldados também estavam mobilizados na Ucrânia. Ele afirmou que as forças russas poderiam tomar Kiev e outras grandes cidades com facilidade, mas a tarefa delas era evitar a perda de vidas.

Putin disse que precisa eliminar o que ele chama de séria ameaça do vizinho menor ao seu país, acusando-o de genocídio contra pessoas que falam russo no leste da Ucrânia & uma acusação negada por Kiev e seus aliados ocidentais como propaganda sem fundamento.

Toque de recolher na capital

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que não havia grande presença militar da Rússia na capital neste sábado, mas que grupos de sabotagem estavam ativos. O sistema de metrô estava sendo usado como abrigo por cidadãos e trens pararam de funcionar, disse.

Klitschko, ex-campeão de boxe na categoria peso pesado, disse que 35 pessoas, incluindo duas crianças, foram feridas durante a noite e que ele estava impondo um toque de recolher da noite de sábado até a manhã de segunda-feira.

Ucranianos encaram longas filas para sacar dinheiro em caixas eletrônicos e para conseguirem combustível em postos de gasolina, onde as vendas individuais foram limitadas a 20 litros. Muitas lojas no centro da cidade fecharam as portas, e as ruas estavam praticamente vazias na tarde deste sábado.

“Fui esperto o bastante para estocar comida para pelo menos um mês”, disse Serhiy, dando uma caminhada antes do toque de recolher. “Eu não confio nos políticos para que isto termine pacificamente.”

Pelo menos 198 ucranianos, incluindo três crianças, foram mortos e 1.115 pessoas ficaram feridas até agora na invasão da Rússia, disse o ministério da Saúde da Ucrânia segundo a agência de notícias Interfax. Não ficou claro se os números consideram mortes de civis.

A Interfax posteriormente citou a administração regional de Donetsk, no leste da Ucrânia, dizendo que 17 civis foram mortos e 73 ficaram feridos por bombardeios da Rússia.

A Ucrânia tem 44 milhões de habitantes e conquistou a independência de Moscou em 1991, após a queda da União Soviética. O país quer se juntar à aliança militar do Ocidente, Otan, e à União Europeia, dois objetivos aos quais a Rússia se opõe. Putin diz que a Ucrânia é um Estado ilegítimo retirado da Rússia, uma opinião que os ucranianos consideram ter o objetivo de apagar sua história e identidade.

Refugiados

O ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças haviam tomado Melitopol, cidade com 150 mil habitantes no sudeste da Ucrânia. Autoridades ucranianas não estavam imediatamente disponíveis para comentar, e o Reino Unido questiona o relato.

Se a informação for confirmada, seria o primeiro centro populacional significativo na Ucrânia tomado pelos russos.

A cidade de Mariupol, um porto chave no Mar de Azov no sudeste da Ucrânia, continuou sob bombardeios implacáveis neste sábado, disse o prefeito, Vadim Boychenko, em declaração transmitida pela televisão.

“Estão bombardeando escolas e prédios de apartamentos”, disse.

Cerca de 100 mil pessoas cruzaram da Ucrânia para a Polônia desde quinta-feira, incluindo 9 mil que entraram desde às 7h de sábado, afirmou o vice-ministro do Interior polonês, Pawel Szefernake.

“O mais importante é que as pessoas sobrevivam”, disse Katharina Asselborn, limpando lágrimas enquanto esperava na fronteira polonesa que sua irmã, tia e três crianças chegassem até ela saídas da casa onde moram no porto ucraniano de Odessa, no Mar Negro. “Elas andaram a pé os últimos 30 quilômetros para a fronteira.”

Ucranianos também estavam cruzando as fronteiras para Hungria, Romênia e Eslováquia.

Entre os refugiados, três jogadores brasileiros que jogam no SK Dnipro-1, da Premier League da Ucrânia, fugiram do país e cruzaram a fronteira para a Romênia, disseram eles nas redes sociais neste sábado.

Gabriel Busanello, Bill e Felipe Pires publicaram mensagens informando à família e aos fãs que eles estavam seguros depois de viajarem de ônibus e a pé até a fronteira.

Novo ânimo à Otan

A crise energizou a aliança militar ocidental da Otan, que anunciou uma série de medidas para reforçar o seu flanco leste.

A Alemanha aprovou a exportação de 400 RPGs, granadas impulsionadas por foguetes, de estoques militares alemães na Holanda para a Ucrânia, disse o seu ministério da Defesa, uma mudança de política após Berlim ser criticada por se recusar a enviar armas, ao contrário de outros aliados do Ocidente.

Nações ocidentais também anunciaram novas sanções contra a Rússia, incluindo colocar seus bancos em uma lista negra e proibir exportações de tecnologia.

Mas os países não chegaram a expulsar a Rússia do sistema de pagamentos bancários internacionais Swift, mas o presidente de um banco central na zona do euro disse à Reuters neste sábado que essa decisão era apenas “uma questão de tempo, muito pouco tempo, dias”.

Em um dos primeiros sinais visíveis de sanções aplicadas pela invasão, a França confiscou um cargueiro transportando carros no Canal da Mancha no sábado. O navio tem ligações com o filho de um ex-chefe de espionagem da Rússia, segundo autoridades francesas.

A invasão também está afetando os esportes, cultura e outras áreas da Rússia. No sábado, Polônia e Suécia disseram que suas seleções nacionais não disputarão as Eliminatórias da Copa do Mundo contra a Rússia no próximo mês.

(Reportagem de Aleksandar Vasovic, Natalia Zinets e Maria Tsvetkova em Kiev, Aleksandar Vasovic em Mariupol, Alan Charlish em Medyka, Polônia; Fedja Grulovic em Sighetu Marmatiei, Romênia; e redação da Reuters)

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