Itaú (ITUB4) mantém aposta de alta de 1 p.p. da Selic este mês, mas guerra pode elevar projeção para fim do aperto
A projeção atual do Itaú Unibanco é que o ciclo de aperto levaria a Selic a 12,5% (Imagem: Rafael Borges / Money Times
O 💥️Itaú Unibanco (💥️ITUB4) mantém sua projeção de que o 💥️Banco Central vai desacelerar o ritmo de alta de 💥️Selic em sua reunião este mês, com um aperto de 1 ponto percentual, mas ainda vai avaliar as perspectivas à frente em face do choque de oferta trazido pela guerra na 💥️Ucrânia, afirmou a economista do banco Júlia Gottlieb.
Ela ressalta que o fato de o Comitê de Política Monetária já estar em um estágio avançado do ciclo de aperto e o real estar mais apreciado do que em 2023 dão uma vantagem ao país em um momento de alta acelerada das commodities, mas não descarta que a alta total dos juros tenha que ir além do previsto antes do início do conflito na 💥️Europa.
“Esse choque global de oferta acaba que de certa forma pode atrapalhar um pouco a desinflação brasileira, e aí pode suscitar mais aperto monetário.
Ainda é cedo para dizer quanto, se isso de fato vai se materializar diante de toda a incerteza do cenário, mas a gente pode ver, se você tiver mais pressão inflacionária, isso batendo também na Selic”, afirmou.
A projeção atual do Itaú Unibanco é que o ciclo de aperto levaria a Selic a 12,5%, com a alta de 1 ponto percentual sendo seguida por outra de 0,50 ponto e um último aumento de 0,25 ponto.
Os números estão agora em discussão e uma atualização do cenário do banco será divulgada em breve.
A próxima reunião do 💥️Copom acontece nos dias 15 e 16 deste mês. Em fevereiro, o colegiado promoveu uma alta de 1,5 ponto, a 10,75%, mas sinalizou uma redução do ritmo de ajuste à frente.
Em relação à atividade, Gottlieb nota que a guerra traz riscos nas duas direções. A inflação potencialmente mais alta impactaria a renda real e o consumo das famílias, além da trajetória da Selic, mas por outro lado a alta das commodities tende a favorecer investimentos no país e pode abrir espaço para mais gastos de Estados e municípios, destaca a economista.
“O balanço de riscos está meio simétrico para nossa projeção de -0,5% (para o PIB), em um primeiro momento nossa ideia é não mudar essa projeção para o crescimento em 2022.”
Sobre o risco de a alta das cotações do petróleo aumentarem as pressões para que o Congresso aprove medidas para conter o avanço da gasolina no mercado doméstico, possivelmente sem compensação fiscal, a economista afirma que qualquer medida que comprometa a sustentabilidade das contas públicas é ruim para o país.
“Isso aumenta a incerteza, aumenta prêmio de risco, tem impacto negativo sobre 💥️câmbio, 💥️juros, crescimento.”
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