Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) perdem, juntas, US$ 1 bi em valor de mercado desde o início da Guerra; e agora?
Para se ter uma noção do tamanho do buraco, a Azul foi a empresa que mais perdeu valor de mercado do mundo desde 24 de fevereiro (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)
Ser acionista de empresas aéreas nos últimos anos não está sendo fácil. Após enfrentar uma das piores pandemias das últimas décadas, 💥️Azul (💥️AZUL4) e 💥️Gol (💥️GOLL4) precisam agora lidar com efeitos da Guerra na 💥️Ucrânia.
Na sessão desta segunda, o papel da Azul despencou 18%, em uma das piores quedas desde o começo da pandemia. Gol caiu 17,36%, a R$ 12,28.
Para se ter uma noção do tamanho do buraco, a Azul foi a aérea que mais perdeu valor de mercado do mundo desde 24 de fevereiro, data que marcou o início da guerra: US$ 677 milhões.
Em terceiro lugar está a Gol, com perdas de US$ 406 milhões. Juntas, perderam US$ 1 bilhão. Os dados foram elaborados pela 💥️Economática a pedido do 💥️Money Times.
💥️Por que caiu hoje?
Além dos efeitos da guerra para o turismo, as ações das duas aéreas foram impactadas, principalmente, pela elevação do 💥️petróleo, que chegou a máximas históricas 💥️após os EUA estudarem barrar a commodity russa do mercado.
“Uma das principais despesas das companhias aéreas, que representa de 20% a 30% das despesas operacionais totais, é justamente os combustíveis. Então a partir do momento que o petróleo entra em uma alta muito expressiva, isso afeta diretamente o resultado financeiro da empresa, ainda mais em um setor onde as margens são baixas e os índices de endividamento altos”, argumenta Guilherme Ishigami, broker da mesa de renda variável da RJ Investimentos.
Ele lembra ainda que uma possível escalada do 💥️dólar também está no radar. “Isso não tem acontecido, mas em um cenário de aversão ao risco pode acontecer, o que elevaria ainda mais os custos”, completa.
Para Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA, o conflito no Leste Europeu pode gerar uma combinação prejudicial ao setor, com aumento de custos com combustíveis devido à disparada do petróleo, além de penalizar a demanda do setor aéreo e de possíveis restrições de voos internacionais.
💥️E agora, José?
O que o investidor se pergunta neste momento é se as ações das aéreas são um risco ou uma oportunidade. Segundo Marcel Andrade, head da 💥️Vitreo, depende da empresa. Ele mantém o otimismo com o papel da Azul, mas para o longo prazo.
“No curto prazo, a ação seguirá volátil por conta da volatilidade dos preços das commodities devido à guerra, em especial do petróleo”, argumenta.
Na opinião de Nishimura, é difícil falar em risco ou oportunidade diante de um ambiente tão incerto, com fatores que podem desencadear fortes movimentações, “às vezes derivadas de possíveis irracionalidades, mas que se explicam pela aversão dos investidores”.
“Quaisquer mudanças no conflito na Ucrânia podem gerar fortes oscilações, de alta ou baixa. Não só cessar fogo ou intensificação de conflitos, como também eventuais sanções ou decisões sobre oferta da commodity podem ser estopins para maiores movimentações”, completa.
Segundo Pedro Galdi, analista da 💥️Mirae Asset, o avanço da commodity tende a impactar diretamente no custo do combustível para as empresas do setor.
“A queda pode ser uma oportunidade de compra somente se o investidor tem vontade de carregar o ativo por muito tempo e capturar o lucro muito no longo prazo, tendo em vista que as ações tendem a sofrer uma forte volatilidade”, diz.
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