Arthur Igreja: O metaverso é uma farsa?

Metaverso

Estima-se que nos próximos anos o mercado do metaverso ultrapasse a casa dos US$ 800 bilhões (Imagem: Shutterstock/Black Salmon)

💥️Por Arthur Igreja

💥️Metaverso. O termo não é novo, foi criado pelo escritor Neal Stephenson no livro “Snow Crash” de 1992, onde humanos interagem usando avatares em um mundo tridimensional. Stephenson descreveu esse ambiente como o sucessor da internet. A aposta da 💥️Meta (antigo 💥️Facebook) e de diversas outras 💥️empresas é exatamente essa.

Alguns apontam que a troca de nome por parte da empresa, no final de 2023, foi uma espécie ‘’brandwashing”, termo usado para a estratégia que busca tirar o foco em uma crise de imagem. Creio que muitos movimentos foram antecipados pelos problemas que o Facebook vinha enfrentando desde o escândalo com a Cambridge Analytica. Porém, pelo menos desde 2016 que 💥️Mark Zuckerberg afirma que o futuro da empresa consistia na simbiose de conectividade, 💥️inteligência artificial e realidade virtual/aumentada.

É impressionante também o poder de influência que essa guinada trouxe. O metaverso virou o elefante virtual na sala desde então. Estima-se que nos próximos anos o mercado do metaverso ultrapasse a casa dos US$ 800 bilhões.

Será que não é um grande exagero? Uma mistura de hype com mais uma tentativa de colocar a realidade virtual como grande tendência do momento? Vale lembrar que não seria a primeira vez. Ao longo de 2017, a 💥️Samsung fez um grande esforço para emplacar seu óculos de realidade virtual para abandonar completamente a iniciativa meros três anos depois. Acredito que desta vez é diferente.

As coisas não vão mudar magicamente de uma hora pra outra, o que não quer dizer que o metaverso não esteja acontecendo. O atual estágio ainda é inicial e confuso,  parecido com a internet em meados dos anos 1990. A diferença é que tivemos quase 30 anos para compreender a 💥️internet 1.0 e 2.0. Hoje, ninguém seria capaz de negar sua importância vital para qualquer negócio.

O metaverso vai muito além da realidade virtual. Ele se beneficia do amadurecimento de um ecossistema de 💥️tecnologias complementares, como 💥️NFT, 💥️5G, miniaturização de processamento, memória, telas (basta lembrar que até recentemente os óculos precisavam estar conectados a um poderoso computador, hoje alguns modelos são dispositivos standalone).

O metaverso não substitui a realidade, ele a complementa. Seu principal potencial está em criar uma camada entre a internet 2.0 e o mundo físico. A internet 2.0 é planificada nas telas dos smartphones, computadores e tablets. O metaverso é imersivo, tridimensional e social. Pode trazer uma capilaridade inédita para marcas, tudo com uma experiência muito mais rica do que qualquer vídeo ou postagem em 💥️rede social.

Um dos melhores exemplos é a loja no metaverso do Boticário. Criada em agosto de 2023, ela recebeu em menos de um mês mais de 7 milhões de visitantes. Número que supera os 6,3 milhões de turistas que visitam o 💥️Brasil todo ano.

Outro ponto importante são os produtos e serviços que passam a ser criados para serem consumidos no próprio metaverso, como roupas, tênis, casas, entre outros. Assim como temos desenvolvimento em cidades que expandem seu plano diretor, estamos testemunhando literalmente a construção de um outro mundo, sem as limitações territoriais e físicas.

Para as marcas é fundamental acompanhar e participar desse movimento. Mesmo sem criar canais de venda sempre foi importante ter site e redes sociais, a lógica é a mesma. O metaverso funciona também como canal, sua próxima reunião para fechamento de negócio pode ser presencial, remota por vídeo planificado ou no metaverso. Quem não estiver preparado começa a perder oportunidades.

Minha recomendação prática é adotar uma postura de equilíbrio em sua estratégia. Não se pode negar o potencial do metaverso, avalie iniciativas de outras empresas de seu segmento em mercados mais maduros. Por outro lado, muito precisa evoluir para que a visão de Zuckerberg se concretize.

💥️*Arthur Igreja é TEDx speaker. Autor. Palestrante. Especialista em Tecnologia, Inovação, Tendências e Segurança Digital. Masters em International Business pela Georgetown University (EUA), Masters of Business Administration pela ESADE (Espanha) e Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV. Pós-MBA e MBA pela FGV. Autor do livro “Conveniência é o Nome do Negócio”. Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Certificações executivas em Harvard e Cambridge. Atuação profissional em mais de 25 países. Anualmente, ministra mais de 150 palestras no Brasil, EUA e Europa.

O que você está lendo é [Arthur Igreja: O metaverso é uma farsa?].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...