Brasil deve deter inflação e EUA ter cautela, diz mentor do BRIC
O BC brasileiro adotou um dos ciclos de aperto mais agressivos do mundo, ao elevar a Selic em 875 pontos base desde o ano passado, para 10,75% (Imagem: Banco Central/Antônio Cruz)
Jim O’Neill, o proeminente economista que cunhou o conhecido acrônimo BRIC para os maiores mercados emergentes, aconselha o 💥️Banco Central do Brasil a combater a inflação, mesmo quando adverte que o 💥️Federal Reserve nos 💥️EUA deve ser cauteloso sobre seu aperto monetário.
Como a guerra na 💥️Ucrânia provoca alta do petróleo, o ex-economista do 💥️Goldman Sachs disse que o combate ao aumento de preços deve ser uma “grande prioridade” no 💥️Brasil, devido ao seu histórico de 💥️inflação. Deixar de controlar os índices de preços seria o maior revés para a 💥️economia brasileira em vários anos, segundo ele.
“É extremamente importante que o Brasil não permita que uma inflação significativa reapareça permanentemente”, disse O’Neill em entrevista à Bloomberg News. “A única razão pela qual eu coloquei o Brasil no BRIC é porque eu considerei que o país era sério sobre tentar controlar a inflação.”
O BC brasileiro adotou um dos ciclos de aperto mais agressivos do mundo, ao elevar a Selic em 875 pontos base desde o ano passado, para 10,75%.
Agora, se prepara para diminuir o ritmo e encerrar as altas neste ano, mas o rali das commodities leva os operadores do mercado a questionar se realmente há espaço para isso. A inflação está em 10,4%, acima da meta de 3,5%, enquanto as previsões dos economistas e as taxas de inflação implícita estão em alta.
Nos EUA, enquanto isso, o Fed deve tomar cuidado com os aumentos das taxas, pois as condições financeiras já estão muito apertadas devido à guerra na Ucrânia.
O’Neill, que atualmente é presidente da Northern Gritstone, uma empresa de investimentos fundada pelas universidades de Leeds, Manchester e Sheffield, disse que o BC americano provavelmente tem “muito pouca confiança” sobre seus próximos passos à medida que a guerra na Ucrânia se desenrola.
As apostas nos mercados futuros precificam cerca de 140 pontos-base de aperto nos EUA este ano, começando com um movimento de 0,25 ponto percentual neste mês, o que marcaria o primeiro aumento da taxa desde 2018.
“O aperto das condições financeiras é tão duro que eles devem ter cuidado com o grau de aperto que buscam”, disse o economista britânico.
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