Copom e Fed: Mercados podem esperar surpresas na Super Quarta?

Federal Reserve

Espera-se a primeira elevação do ano dos juros norte-americanos, em 0,25% (Imagem: REUTERS/Jonathan Ernst)

Esta semana será cheia e decisiva para os 💥️mercados, com o 💥️Comitê de Política Monetária (💥️Copom) do 💥️Banco Central do Brasil (💥️BCB) e as autoridades monetárias do 💥️Federal Reserve (💥️Fed), o banco central dos 💥️Estados Unidos, se reunindo para discutir quais medidas adotarão para conter a escalada da 💥️inflação em seus respectivos países.

Ambas as reuniões, com duração de dois dias, devem sinalizar o tamanho da postura contracionista que os 💥️bancos centrais estão dispostos a adotar para resolver o problema da pressão inflacionária, que tende a se agravar com os desdobramentos da 💥️guerra na Ucrânia.

A expectativa do mercado é de que o comitê brasileiro aumente em um ponto percentual a 💥️taxa básica de juros, 💥️Selic, que atualmente está em 10,75% ao ano.

Em relação à decisão do Fed, espera-se a primeira elevação do ano dos juros norte-americanos, em 0,25%.

💥️Nesta segunda-feira (14), o mercado brasileiro elevou para mais de 6% as perspectivas de inflação deste ano, que está em trajetória crescente em meio ao aumento dos preços dos💥️ combustíveis.

Os especialistas consultados pelo BC também aumentaram suas expectativas de inflação para 2023, de 3,51% na semana passada a 3,7%, de acordo com a nova 💥️pesquisa Focus.

Além da elevação das projeções para o 💥️IPCA, os economistas agora projetam uma Selic mais alta tanto para 2022 quanto para 2023. Para este ano, a estimativa é de que chegue a 12,75%. Já para o ano que vem, as projeções indicam que a taxa deve subir a 8,75%.

O que mudou?

O mundo foi nocauteado por uma série de acontecimentos desde a última reunião do Fed, sendo a 💥️invasão russa na Ucrânia a mais importante até agora.

As fortes sanções impostas contra a economia russa ocasionaram um forte abalo na cadeia de suprimentos global. Na avaliação do 💥️UBS, isso é um indicativo de que, desta vez, o Fed vai adotar uma postura diferente.

“Nos últimos 15 anos, o Fed teve costume de olhar para a inflação direcionada pelos preços das commodities e manteve a política monetária frouxa. Mas acreditamos que desta vez será diferente. O Fed provavelmente prosseguirá com sua política de aperto monetário, mesmo que o aumento dos preços das commodities coloque freios na economia”, afirmou o banco.

O UBS diz que a diferença está nas expectativas de inflação, que estão sob risco de crescer acima dos “níveis confortáveis” do Fed.

“Planos de investimento, preços de moradia e demanda pelo consumidor estão relativamente altos, e o aumento de preços fez pouco para diminuir a atividade até agora”, completa.

Na avaliação do banco suíço 💥️Julius Baer, o Fed precisa aceitar a inflação estrutural no país, ou acabará “matando a recuperação”. O banco central precisa, ainda, gradualmente normalizar sua política monetária, acrescenta.

Mais uma revisão altista

Banco Central

O UBS espera que a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, cresça a 13,75% em maio (REUTERS/ Ueslei Marcelino)

Em relação ao Copom, o mercado pode ficar preparado para novas altas.

O UBS espera que a taxa básica de juros cresça a 13,75% em maio, com outra alta considerável prevista para esta semana.

Na avaliação da 💥️MCM Consultores Associados, o cenário macroeconômico e geopolítico se deteriorou e ficou mais incerto. No entanto, a consultoria acredita que o BC manterá seu plano de voo indicado na última reunião, de “redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros”.

“Mesmo em meio a tantas incertezas, o comitê certamente terá sobre a mesa projeções mais elevadas de inflação para 2022 e 2023, a despeito da apreciação do câmbio, das medidas governamentais visando a contenção dos ajustes dos preços dos combustíveis, da redução do IPI e da possível adoção da bandeira tarifária verde para a energia elétrica nos próximos meses”, afirma.

“Em resumo, […] o Copom estará diante de uma nítida piora das perspectivas para a inflação no horizonte relevante para a política monetária, mas sem ter em mãos condições razoáveis para estimar a magnitude desta piora”, completa a MCM.

A leitura da consultoria é de que o banco central brasileiro sinalizará sua intenção de continuar a trajetória de redução de ritmo de ajuste da Selic na reunião prevista para maio, uma vez que o ciclo de aperto já se encontra em nível avançado.

“Quanto ao fim do ciclo de aperto monetário, ele naturalmente ficou mais incerto. No entanto, tudo, ou quase tudo, indica que a Selic será ajustada mais do que o previsto até o início da guerra, por conta do aumento dos riscos em torno do cumprimento da meta em 2023”, conclui a MCM.

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