Guerra na Ucrânia pode abrir espaço para aço brasileiro nos EUA
Guerra na Ucrânia pode abrir espaço para aço brasileiro nos EUA (Imagem: REUTERS/Wolfgang Rattay)
As 💥️siderúrgicas brasileiras veem as consequências comerciais da 💥️invasão da Ucrânia pela 💥️Rússia como um gatilho para os 💥️EUA suspenderem restrições à importação de 💥️aço do país.
A indústria siderúrgica nacional pediu que o Ministério das Relações Exteriores tente retomar negociações com autoridades dos EUA para revogar as medidas da chamada Seção 232, que limitam as vendas de produtos semiacabados, sobretudo placas, a 3,5 milhões de toneladas por ano.
A informação é de Marcos Faraco, presidente do conselho diretor do 💥️Instituto Aço Brasil. No mês passado, o Japão chegou a um acordo para zerar tarifas sobre a maior parte do aço que vende para os EUA.
Dado que os EUA importam mais de 1 milhão de toneladas de placas de aço da Rússia, a escalada das tensões geopolíticas fortalece os argumentos a favor do 💥️Brasil, nono maior produtor mundial de aço.
A suspensão do sistema de cotas imposto pelo então presidente Donald Trump em 2018 seria bem-vinda para as siderúrgicas brasileiras, que enfrentam alta de custos diante das crescentes 💥️limitações nos mercados de energia e carvão por causa da 💥️guerra.
“Neste momento essa discussão é muito mais pertinente”, disse Faraco em entrevista. “Os EUA passam a ter essa necessidade e o Brasil tem condições de atender à demanda.”
As companhias brasileiras estão tentando trazer 💥️carvão dos EUA, Canadá e Austrália para substituir o que vinha da Rússia e Ucrânia. Há pressa porque os estoques existentes são suficientes para 120 a 150 dias, segundo Faraco.
O encarecimento do carvão reforça o plano do Aço Brasil de produzir mais a partir de sucata, que gera cerca de 90% menos emissões de gases causadores do efeito estufa do que o produto feito a partir de minério de ferro e carvão. O Brasil não é autossuficiente, mas exporta de 10 a 15% da sucata ferrosa que produz.
“Precisamos rever a política de exportação dessa matéria-prima, uma vez que o benefício não fica no país e no produto industrializado por aqui”, disse Faraco, que também é executivo da Gerdau. “Estamos exportando créditos de CO2 em forma de sucata.”
O instituto discute com as autoridades medidas em prol da sucata, como um programa de renovação da frota com incentivos à a retirada de veículos antigos de circulação, seu uso para produção de sucata para a siderurgia e, na ponta final, a produção de veículos novos com menor pegada de carbono.
A indústria siderúrgica também aposta no aumento da eficiência energética e na migração para fontes renováveis de energia para reduzir a emissão de poluentes até 2030, quando devem estar disponíveis novas tecnologias para produção mais limpa de aço.
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