ArcelorMittal Brasil tem resultado recorde em 2023, prevê acomodação na demanda em 2022
A média anual do investimento previsto pela ArcelorMittal Brasil, de cerca de 2,5 bilhões de reais, é ligeiramente maior que os 2,1 bilhões aplicados pela companhia no Brasil em 2023 (Imagem: Reuters/David W Cerny)
A 💥️ArcelorMittal Brasil teve lucro mais que 10 vezes maior em 2023, impulsionada pela demanda por 💥️aço no país, além da alta dos preços da liga no mercado internacional e do câmbio favorável, mas estima arrefecimento neste ano em meio a uma prevista acomodação no consumo nacional.
A unidade, que representou no ano passado 22% dos resultados operacionais do grupo siderúrgico global ArcelorMittal, teve lucro líquido de 12,8 bilhões de reais em 2023.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 20,2 bilhões, quase quatro vezes acima do desempenho de 2023. A margem subiu de 15% para 29%.
Como comparação, a Gerdau, que atua nos mesmos segmentos de aços longos e planos que a ArcelorMittal Brasil, teve lucro líquido de 15,6 bilhões de reais no ano passado, um salto de 552% sobre 2023, quando a indústria nacional sofreu durante meses o impacto das medidas de isolamento social.
“Neste ano certamente o mercado interno vai se acomodar”, disse o presidente da ArcelorMittal Brasil e presidente da ArcelorMittal Aços Longos para América Latina, Jefferson De Paula, evitando fazer projeções por conta da proximidade da divulgação de resultados de primeiro trimestre da matriz, prevista para 5 de maio.
“Difícil acertar um número (de previsão) diante de fatores como eleição, guerra (na Ucrânia), China…Mas consideramos um mercado neutro, talvez um pouco negativo”, disse.
Em 2023, segundo dados do Aço 💥️Brasil, o consumo aparente, a soma de vendas de aço produzido no país mais importações, subiu 23,5%, a 26,5 milhões de toneladas. Para este ano, a entidade manteve esta semana perspectiva de alta de 1,5%.
Apesar disso, De Paula afirmou que a ArcelorMittal Brasil avalia com otimismo as perspectivas de médio prazo do mercado brasileiro, com crescimento na demanda por aço puxado por segmentos que incluem o agropecuária e construção civil.
A empresa programa investimentos 7,6 bilhões de reais para os próximos três anos no país, focados em atendimento do mercado interno e melhoria na qualidade do míx de produtos, que incluem aços para o setor automotivo. O plano de investimento é o maior em desenvolvimento no setor no país, segundo a companhia.
A média anual do investimento previsto pela ArcelorMittal Brasil, de cerca de 2,5 bilhões de reais, é ligeiramente maior que os 2,1 bilhões aplicados pela companhia no Brasil em 2023.
“A ideia é acelerar para produzirmos aço de maior qualidade”, disse De Paula. Os planos incluem a instalação de novos equipamentos que vão aumentar em 37,5% a capacidade da usina de aços especiais em São Francisco do Sul (SC), para 2,2 milhões de toneladas por ano, e a duplicação da capacidade da usina em Monlevade (MG), também para 2,2 milhões de toneladas anuais.
A empresa reativou em janeiro o terceiro laminador da usina de Monlevade e o equipamento, que estava parado desde a montagem em 2015, atingiu nesta semana 100% da capacidade de produção diária, disse De Paula.
Segundo o executivo, a redução do 💥️Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para 35% pelo governo federal deve incrementar a demanda por aço no Brasil nos próximos meses, “gerando efeitos já neste ano”, mas ele evitou fazer projeções.
O grupo tem uma grande usina siderúrgica integrada na Ucrânia, que está parada desde o início de março, após a invasão do país pela Rússia. Mas De Paula afirmou que o foco do investimento no Brasil segue no mercado interno, ao ser questionado sobre eventualidade da unidade brasileira poder suprir parte da produção paralisada da usina ucraniana.
Sobre a Argentina, onde a companhia produz cerca de 1 milhão de toneladas de aço por ano, De Paula afirmou que a situação é difícil diante do quadro de inflação que supera 50% ao ano. Apesar disso, o executivo afirmou que o país deve registrar em 2022 novo crescimento no consumo de aço, após alta em 2023, puxado pela demanda do setor da construção civil.
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