Eleições: Onda bolsonarista de 2023 pode virar marola em 2022, dizem especialistas
Outsiders: Em 2018, Bolsonaro ajudou a eleger candidatos conservadores e anti-sistema; e agora? (Imagem: REUTERS/Andressa Anholete)
Com as 💥️eleições se aproximando, a dificuldade de o presidente Jair Bolsonaro deslanchar nas pesquisas de intenção de voto alimentam dúvidas crescentes sobre suas reais chances de se reeleger. Mas não é apenas o futuro político do ex-capitão que está em jogo & a de seus aliados também.
Como se sabe, Bolsonaro foi eleito, em 2018, na esteira da Operação Lava Jato, sustentado por pautas conservadoras de costumes e um discurso de outsider, que o apresentava como anti-sistema e contra tudo o que a política tradicional representava. Sua ascensão também ajudou a eleger nomes de perfis semelhantes não apenas no Congresso, mas também nos Estados, numa verdadeira onda bolsonarista.
A pergunta mais importante das eleições de outubro, portanto, é se um eventual fracasso de Bolsonaro também tirará de cena figuras que chegaram ao poder em 2018.
Para especialistas ouvidos pelo 💥️Money Times, mesmo que Bolsonaro, eventualmente, continue a ser o principal nome da direita no Brasil fora da presidência, seus aliados que desejam prosperar na vida política precisarão deixar de lado pautas do núcleo duro do movimento bolsonarista e se “socializar” com a elite política local.
A tropa bolsonarista se reagrupa para outubro
Junto com Bolsonaro, foram eleitos expoentes do conservadorismo e do lavajatismo que aderiram à candidatura do ex-capitão. Chegaram ao Congresso, entre outros, 💥️Carla Zambelli (PL-SP), 💥️Daniel Silveira (PTB & RJ), 💥️Helio Lopes (PL & RJ), 💥️Bia Kicis (PL & DF), 💥️Felipe Barros (PL & PR), 💥️Caroline de Toni (PL & SC) e também 💥️Joice Hasselman (PSDB & SP), que veio a romper com o presidente tempo depois.
Zambelli, Kicis se filiaram ao 💥️Partido Liberal, partido do presidente, em março, deixando expectativas de que disputarão cargos pela legenda em outubro.
Silveira, que recentemente 💥️protagonizou a ruidosa polêmica envolvendo condenação do💥️ Supremo Tribunal Federal a 8 anos e 9 meses de prisão por ameaças a ministros da corte e posterior perdão presidencial de Bolsonaro, deve ser lançado pelo seu partido ao Senado pelo Rio.
Já Felipe Barros mantém pré-candidatura ao governo do Paraná, enquanto De Toni concorrerá à reeleição.
Nas assembleias estaduais, nomes como 💥️Janaina Paschoal (PRTB & SP) e 💥️Ana Campagnolo (PL & SC) ganharam protagonismo.
Atualmente, Paschoal, que acabou acumulando dissidências com o presidente ao longo do mandato, é pré-candidata ao Senado por São Paulo, enquanto Campagnolo tentará a reeleição.
Joice Hasselman é atualmente rompida com o presidente Jair Bolsonaro (Imagem: Câmara dos Deputados/Cleia Viana)
Pandemia trouxe mais expoentes
Aliados do presidente também💥️ ganharam notoriedade durante a pandemia do novo coronavírus, principalmente por se juntarem a Bolsonaro na militância contra medidas sanitárias, como o uso de máscaras e a 💥️vacinação obrigatória.
Durante a💥️ CPI da Pandemia, Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou supostas irregularidades nas ações do governo federal no combate à crise de saúde, senadores como 💥️Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Marcos Rogério (PL-RO) ganharam holofotes durante as sessões por seus posicionamentos a favor da gestão Bolsonaro. Ambos os senadores são pré-candidatos a governador de seus Estados.
Além disso, os defensores de tratamentos ineficazes contra o coronavírus, como a hidroxicloroquina, ganharam notoriedade e, com ela, convites de partidos para disputar vagas no legislativo nas próximas eleições. Entre os nomes, estão a médica 💥️Nise Yamaguchi (PROS), Mayra Pinheiro, Raíssa Soares (PL), Roberta Lacerda (PL) e Maria Emília Gadelha (PRTB).
CPI da Pandemia jogou holofote a senadores de situação e oposição (Imagem: Reuters/Adriano Machado)
Chance pequena do “bolsonarismo-raiz” sobreviver
Para o cientista político e sócio da consultoria 💥️Tendências 💥️Rafael Cortez, a chance do bolsonarismo conseguir caminhar com suas próprias pernas, sem se atrelar à figura de Jair Bolsonaro, é pequena. Ele observa, contudo, que o presidente ainda possui força. “A chance de Bolsonaro ainda ser o nome da direita é muito alta”, diz.
Cortez também acredita que os nomes que surfam na onda bolsonarista precisarão continuar o processo de “mescla” com a elite política — até pouco tempo, tão criticada pelos aliados do presidente — para conseguir prosperar.
“Bolsonaro ainda vai ser uma força política importante, mas o modus operandi precisa ser alterado para que nomes consigam se manter na política. Aquela figura, idêntica ao Bolsonaro das eleições, com discurso antipolítica, não terá futuro próximo. Quem sobrevive é quem conseguir se socializar com a elite política”, afirmou.
O também cientista político e professor da 💥️FGV Marco Antônio Carvalho Teixeira é descrente quanto à capacidade de bolsonaristas angariarem votos nas próximas eleições, já que, diferentemente de 2018, eles agora são parte do sistema e tiveram pelo quê ser avaliados pelos eleitores.
“A grande janela do bolsonarismo foi em 2018, quando Bolsonaro não era avaliado por nada. Agora, ele está como presidente, e tem pelo quê ser avaliado. E se todas as pesquisas mostram alta rejeição, a capacidade dos apoiadores de surfar na onda é muito menor. As próprias eleições municipais mostraram isso”, afirmou.
Nas eleições municipais de 2023, partidos de centro-direita como o 💥️MDB, DEM, PSD e 💥️Podemos foram apontados como os grandes expoentes, contrariando expectativas de que nomes do núcleo duro bolsonarista viriam com mais força. O MDB chegou a eleger 10 prefeitos no conjunto das 100 maiores cidades do país.
“Nas próximas eleições, os campeões de votos não devem ser os bolsonaristas”, cravou Teixeira.
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