BC espera estar perto de fim de ciclo de aperto monetário, mas depende de dados, diz diretor
“No momento a gente ainda está num ciclo de alta (de juros); a gente espera estar chegando no final dele, mas é sempre uma expectativa que depende dos dados” (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)
O 💥️Banco Central espera estar chegando ao fim de seu atual ciclo de aperto monetário, embora essa expectativa ainda dependa de dados e o ciclo possa ser alongado caso o cenário exija, disse o diretor de política monetária da autarquia, Bruno Serra, nesta quarta-feira.
“No momento a gente ainda está num ciclo de alta (de juros); a gente espera estar chegando no final dele, mas é sempre uma expectativa que depende dos dados”, disse Serra em evento organizado pela Câmara Espanhola de Comércio no 💥️Brasil.
Ele destacou que o Banco Central tem sinalizado uma provável alta adicional nos juros em sua próxima reunião de política monetária, em junho. Em maio, o Comitê de Política Monetária da autarquia elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,75% ao ano.
“A gente está num regime de meta de inflação e não pensa em nenhum momento em mudar isso. Se a realidade se impuser de um lado mais negativo a gente pode, naturalmente, alongar um pouco mais.”
Num cenário de aperto nas condições monetárias no mundo inteiro, com o 💥️Federal Reserve, dos 💥️EUA, se mostrando bastante agressivo na elevação dos juros, o Banco Central do Brasil tem instrumentos para combater efeitos adversos que poderiam recair sobre 💥️mercados emergentes, inclusive com mais aumentos na 💥️taxa Selic, disse Serra.
“Se precisar subir um pouco mais o juro (no Brasil) porque o juro global subiu, a gente também tem capacidade de fazer”, afirmou, acrescentando que a autarquia também tem “instrumento para combater uma volatilidade adicional do câmbio” decorrente das expectativas de aperto monetário nas principais economias do mundo.
O diretor ressaltou que a taxa de 💥️câmbio é um canal importante de transmissão da política monetária.
“A gente vai ajustar nossa taxa de juros mais, para trazer a inflação para baixo, mas, se a inflação global tiver pressionada, o máximo que eu vou conseguir fazer, o principal canal, vai ser de fato o câmbio, a valorização da taxa de câmbio.”
Ele chamou a atenção para a boa performance do real no início deste ano, afirmando que isso reflete o mercado começando a “dar valor” para países que fizeram um ajuste antecipado em sua política monetária. O 💥️dólar cai cerca de 11% contra a divisa brasileira até agora em 2022.
Juros mais altos em determinado país tendem a beneficiar sua moeda, já que tornam o mercado de renda fixa local mais atraente.
“Acho que a gente tá nesse grupo, e… daqui para frente espero que a gente comece a colher esses frutos, embora a convergência da inflação à meta (deva) ser um processo longo.”
“Acho que a gente começa a ter uma cara mais positiva de inflação, talvez, espero que antes dos pares”, acrescentou Serra, ressaltando que acredita que a inflação vai eventualmente começar a convergir em direção à meta nas principais economias globais devido à atuação efetiva de seus bancos centrais.
Pensar em começar a reverter o aperto de política monetária, que tirou a Selic de uma mínima histórica de 2%, ainda é uma etapa distante, indicou Serra: “a gente precisa ver primeiro o efeito do que a gente fez, a gente ainda não conseguiu ver”.
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💥️(Atualizada às 13:07)
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