Com MME e Petrobras, Guedes tem 120 dias para provar que não rasgou cartilha liberal
Troca de comando da Petrobras, depois de dois meses, acende temor de intervenção (Imagem: Shutterstock/Montagem Julia Shikota)
É tentador o pensamento que toma conta do mercado segundo o qual 💥️Paulo Guedes pode ter sucumbido à pressão do presidente 💥️Jair Bolsonaro para segurar os preços dos combustíveis da 💥️Petrobras (💥️PETR4). Se nos próximos 120 dias não houver algum reajuste, ou que haja bem abaixo dos níveis de preços do petróleo, fará sentido o temor de que o ministro da Economia rasgou sua cartilha liberal e topou entrar na cena eleitoral do presidente.
Afinal, ninguém espera que o 💥️petróleo vá cair de preços, com a Ucrânia ainda sob fogo, e o 💥️lockdown na China tendendo a ceder mais cedo ou mais tarde.
Por ora, a blindagem do ministro no 💥️Ministério de Minas e Energia (MME) e na Petrobras, ao emplacar dois ex-auxiliares diretos – Adolfo Sachsida e Caio de Andrade, este indicado para a presidência da estatal precisa da aprovação do Conselho, mas o governo tem maioria -, ainda não dá para ser julgada.
Mas, para além da insegurança jurídica a “respeito do marco regulatório”, Sérgio Araújo, presidente da 💥️Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), é um dos que preferem deixar a barba de molho sobre o que virá pela frente.
Se não, vejamos. Mesmo que a implicância presidencial já fosse grande com a equipe defenestrada do ex-ministro Bento Albuquerque, não haveria nenhum sentido prático na troca avançada agora, com a 💥️saída de José Mauro Ferreira Coelho da estatal & já esperada, de resto -, não fosse para atender as críticas de Bolsonaro.
Para manter a ‘bola em jogo’ junto aos seus eleitores, só falando em privatização quando se sabe que não há nenhuma chance de que aconteça em ano eleitoral, e a petroleira continuar majorando a gasolina e o diesel, o risco político começaria a ficar desfavorável, diz um executivo de um grande player do mercado, sob sigilo de seu nome.
De todo modo, a limpeza no setor de combustíveis do governo vem num momento favorável.
Sérgio Araújo lembra que a defasagem do 💥️diesel e da 💥️gasolina está baixa, 1% e 2%, respectivamente, porque a queda do dólar ajudou muito, mas não é tendência a se manter. O petróleo segue em torno dos US$ 110 o barril e, como lembra o CEO da Abicom, não está havendo importação de diesel pelas empresas que atendem o mercado “branco”.
A Petrobras não tem capacidade de refino, está importando para suprir, enquanto as três grandes distribuidoras, Raízen (RAIZ4), Vibra (VBBR3) e Ipiranga, importam para seu nicho de rede.
“Esperamos que o governo mantenha o mercado livre e que se tiver que fazer política pública com os preços, que não a faça intervindo o mandato da Petrobras”, fiz Araújo.
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