Condições da Rússia para liberar grãos soam como chantagem, dizem analistas
O principal porto de grãos da Ucrânia, Odessa, enfrenta bombardeios desde o início da guerra (Imagem: Pixabay/chapkitt )
São Paulo, 30 & Os preços do 💥️trigo caíram 10% em duas semanas desde que o Ocidente aumentou a pressão para que grãos ucranianos cheguem ao mercado e a 💥️Rússia afirmou que poderia liberar envios, caso houvesse a suspensão de sanções impostas a ela. Para Laura Wellesley, pesquisadora de Segurança Alimentar no laboratório do instituto Chatham House, no Reino Unido, a posição da Rússia, porém, soa “como uma simples chantagem” e as condições do mercado “não devem mudar”.
Cerca de 36 países dependem da 💥️Ucrânia para mais da metade de suas importações de grãos. O principal cliente, de longe, é o 💥️Egito, seguido pela 💥️Indonésia, 💥️Paquistão e 💥️Bangladesh. “Será catastrófico se não tivermos os portos da Ucrânia abertos e movimentando suprimentos de alimentos”, disse o chefe do Programa Mundial de Alimentos da ONU, David Beasley.
A Rússia ocupou um importante porto ucraniano, Mariupol, e fechou todos os outros por meio do controle naval do Mar Negro, o que prejudicou 10% das 💥️exportações mundiais de trigo. À medida que os combates na Ucrânia se recolhem para algumas cidades no Donbas, aumentam os temores de que o bloqueio de grãos possa matar muito mais pessoas do que a própria guerra.
Na avaliação de analistas, mesmo que haja um avanço diplomático para liberar o envio das commodities agrícolas, a comercialização de grãos enfrentaria obstáculos físicos. O principal porto de grãos da Ucrânia, Odessa, enfrenta bombardeios desde o início da guerra. A colheita deste verão no país também pode ser 30% menor em virtude dos conflitos. A presença de navios de guerra e minas nas proximidades do Mar Negro é outra barreira para transportadores comerciais de grãos e suas seguradoras.
Outro ponto importante, na visão de especialistas, é o fato de que, com a oferta da Ucrânia prejudicada, o maior produtor mundial de trigo torna-se a Rússia, que planeja colher uma safra recorde do cereal a partir de junho. Segundo Shawn Hackett, consultor financeiro focado em commodities, os russos estarão dispostos a vender o grão a preços inflacionados pelo bloqueio provocado pelo próprio país.
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