Mesmo que Putin quisesse, não há liberação rápida do Mar Negro; índice de fretes BDI volta a subir
Cerco ao Porto de Odessa não é só pelas embarcações russas, mas por minas à deriva no Mar Negro (Imagem: REUTERS/Valentyn Ogirenko)
O presidente russo 💥️Vladimir Putin conseguiu mexer com as 💥️commodities esta semana acenando com informação de que poderia liberar as 💥️exportações de grãos da Ucrânia. Mas mesmo que não fosse um 💥️mero balão de ensaio para sentir algum afrouxamento das sanções ocidentais, logisticamente a situação poderia levar semanas.
Como informa a 💥️International Maritime Organization (IMO), órgão da 💥️ONU, desbloquear as saídas dos 💥️mares Negro, onde se encontra o Porto de Odessa, e do Mar de Azov, pelo Porto de Mariupol, vai além de a Rússia retirar suas embarcações de guerra.
A varredura das minas marítimas, essas sim são um problema adicional, que poderia levar muito mais tempo. E, pior, a IMO e os armadores internacionais exigem supervisão de outras forças, o que certamente a Rússia não aceitaria.
Na segunda, quando o aceno de Putin pipocou, havia em torno de 100 navios estacionados ao largo do Mar Negro há mais de dois meses, sem poderem sair.
E o índice de referência dos fretes marítimos a granel, 💥️Baltic Dry Index (BDI), estava em US$ 2,887 mil a tonelada.
A simples expectativa deu uma afrouxada nas cotações, inclusive das commodities até quarta, derrubando os preços do trigo e milho, trazendo a soja junto.
O naufrágio dessa possibilidade, já sentida desde ontem, fez o indicador fechar em 67 pontos de alta nesta sexta (3), mais 2,61%,.
Como as naves que estão dentro não saem, as que poderiam chegar não têm como entrar.
Seguros explodiram
Mesmo com a alta do BDI, que em 24 de fevereiro – dia da invasão – estava em US$ 1,294/t a carga seca de granéis, os grupos marítimos internacionais não vão expor seu capital na região sem garantias.
Inclusive, a explosão dos prêmios de seguros e do afretamento também não permitem essa decisão.
Porque, ainda assim, as grandes seguradoras precisam ser notificadas da decisão do armador em ir para a “zona de guerra” (Risco Classe C), e podem não permitir, segundo escreveram, em artigo, os especialistas em direito internacional, Luís Cláudio Furtado Faria, Vitor Chavantes Godoy da Costa e Mariana Rodrigues da Costa.
Ao largo da questão logística imposta pela guerra, ainda há um desequilíbrio do da navegação mercante global, com o congestionamento dos portos chineses, além da retirada de milhões de contêineres de circulação, agravados pelo período do recente lockdown no país.
Algumas milhões de toneladas de trigo, e um pouco menos de milho, ucranianos, continuariam paradas por um bom tempo ainda, mesmo se a boa vontade do invasor prevalecesse.
Nas próximas semanas, começarão a sair dos campos do país a safra de primavera.
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