Ibovespa despenca mais de 3% com aversão ao risco global e ronda mínima desde janeiro
Às 11:13, o Ibovespa caía 3,17%, a 102.135,87 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
A bolsa paulista abria a semana contaminada pela aversão ao risco global, que tinha de pano de fundo temores de inflação mais elevada no mundo, que pode obrigar bancos centrais a agirem com mais intensidade na elevação de juros, particularmente nos 💥️Estados Unidos.
Às 11:13, o 💥️Ibovespa caía 3,17%, a 102.135,87 pontos, batendo mínima intradia desde o começo de janeiro, com todas as ações do índice no vermelho. O volume financeiro somava 6,35 bilhões de reais.
“O mundo está preocupado com o risco de estagflação”, afirmou o profissional da tesouraria de um banco em São Paulo, referindo-se ao termo que define o período quando há inflação elevada e queda da atividade econômica. “Os BCs podem precisar rifar crescimento para segurar os preços.”
Os holofotes estão voltados principalmente para o 💥️Federal Reserve, que anuncia na quarta-feira decisão de política monetária, com o mercado esperando nova alta de 0,5 ponto percentual. Investidores buscarão sinais sobre os passos seguintes, em especial após setembro.
Em Nova York, o S&P 500 recuava 2,5%. A curva de juros entre os Treasuries de dois e dez anos inverteu-se brevemente nesta segunda-feira pela primeira vez desde abril, movimento que é visto por muitos como um sinal confiável de que uma recessão pode acontecer no próximo ano ou dois.
Para economistas do 💥️Itaú Unibanco, os riscos de uma recessão iminente parecem exagerados, considerando o crescimento resiliente nos 💥️EUA e na 💥️Europa e a reabertura na 💥️China.
“No entanto, esses fatores não devem trazer um alívio significativo e duradouro para preços de ativos, uma vez que a inflação elevada irá levar a maiores taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa”, afirmou a equipe liderada por Mario Mesquita, em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.
Na última sexta-feira, dados dos EUA sobre preços ao consumidor mais fortes do que as expectativas endossaram as aflições com o rumo dos juros na maior economia do planeta.
Em paralelo, o Banco Central no Brasil também decidirá sobre a Selic nesta semana (dia 15), em um ambiente de inflação também elevada e possibilidade dos preços de combustíveis não oferecerem um alívio relevante no médio prazo mesmo com propostas de desoneração em Brasília.
Destaques
💥️Vale (💥️VALE3) tinha declínio de 4,6%, na esteira do recuo dos preços do minério de ferro na Ásia, com novos surtos de Covid-19 na China revivendo os temores de que os lockdowns reduzam a demanda no maior produtor de aço do mundo. 💥️CSN Mineração (💥️CMIN3) caía 5,2%.
💥️Petrobras (💥️PETR4) cedia 2,8%, tendo de pano de fundo a baixa dos preços do petróleo no exterior, também afetados pelos receios sobre os efeitos de novos surtos de Covid-19 na China, além das preocupações com mais aumentos nas taxas de juros para controlar a inflação.
& 💥️Gol (💥️GOLL4) e 💥️Azul (💥️AZUL4) perdiam 9,9% e 8,6, respectivamente, entre as maiores quedas do Ibovespa, sofrendo com a alta do dólar ante o real, além da aversão a risco generalizada.
💥️Magazine Luiza (💥️MGLU3) recuava 6,2%, renovando mínimas em mais de 4 anos, com perspectivas de juros mais elevados enfraquecendo ainda mais as ações de varejo. 💥️Americanas (💥️AMER3) tinha queda de 6,4% e 💥️Via (💥️VIIA3) apurava declínio de 6,7%.
💥️Bradesco (💥️BBDC4) registrava queda de 1,7% e 💥️Itaú (💥️ITUB4) apurava declínio de 1,6%, sofrendo com o movimento vendedor na bolsa como um todo, com 💥️Inter (💥️BIDI11) capitaneando as perdas de bancos do Ibovespa com perda de 5,9%.
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