CPI da Petrobras defendida por Bolsonaro deve travar, mas estatal entra de vez na mira do Congresso
A Petrobras segue uma regra de paridade que leva em consideração os preços internacionais do petróleo (Imagem: Divulgação/ Postos Petrobras)
A sugestão do presidente💥️ Jair Bolsonaro, logo após o anúncio de um novo aumento nos preços de 💥️combustíveis, de o 💥️Congresso criar uma 💥️CPI para investigar a conduta de dirigentes da cúpula da 💥️Petrobras (💥️PETR4) não deve prosperar, afirmaram à Reuters fontes legislativas, mas a estatal deverá ainda assim ser alvo de questionamentos e novas ações de parlamentares.
Bolsonaro reagiu duramente mais cedo aos reajustes de 5,18% para a gasolina e de 14,26% para o 💥️diesel pelo Petrobras, valendo a partir de sábado e chamou o anúncio de “traição” com o povo brasileiro, destacando que já havia conversado com o presidente da Câmara, 💥️Arthur Lira (PP-AL), sobre uma CPI.
“Conversei agora há pouco, há poucos minutos, com Arthur Lira. Ele está neste momento se reunindo com líderes partidários. E a ideia nossa é propor uma CPI para investigarmos o presidente da Petrobras, seus diretores e também os seus conselhos administrativos e fiscal”, disse ele, em entrevista ao Meio Dia RN.
“Nós queremos saber se há algo errado nessa conduta deles. Porque é inconcebível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes que a Petrobras está tendo”, emendou ele. A Petrobras segue uma regra de paridade que leva em consideração os preços internacionais do petróleo e a variação do câmbio no Brasil para a definição de seus preços.
A alta dos combustíveis tem sido um dos principais nós que Bolsonaro enfrenta em sua corrida à reeleição, segundo um integrante da pré-campanha do presidente.
A alta dos combustíveis tem sido um dos principais nós que Bolsonaro enfrenta em sua corrida à reeleição (Imagem: Agência Senado/Walter Barreto)
Entretanto, uma CPI sobre a Petrobras às vésperas das eleições tem chances remotas de prosperar, segundo fontes da Câmara e do Senado ouvidas pela Reuters.
Em um mês o Congresso vai entrar em recesso e exceto por reuniões extraordinárias só deve voltar a funcionar após o pleito de outubro.
A avaliação é que, em ano eleitoral, não haverá por parte dos parlamentares ímpeto e tempo hábil para levar a comissão adiante.
Nesse período, tradicionalmente o Legislativo fica esvaziado porque deputados e senadores miram suas atenções para sua reeleição ou de olho nas suas bases eleitorais.
Ainda assim, a pressão sobre a Petrobras vai aumentar.
Uma fonte da Câmara disse que estaria havendo um “ativismo corporativo” pela atual cúpula da Petrobras comandada por 💥️José Mauro Coelho, que deverá ser substituído por Caio Paes de Andrade após aprovação de uma assembleia de acionistas, que ainda não foi marcada.
“Eles resolveram fazer um motim”, criticou a fonte.
Pelo Twitter, o presidente da Câmara defendeu a renúncia imediata do atual presidente da Petrobras. “Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa o Brasil e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país”, disse.
As ações da Petrobras desabam em Nova Iorque no dia em que aumenta o seus produtos. Prova maior da inconsequência corporativa de agir contra todo um país e o acionista controlador?https://t.co/8WX7TKNvMv
— Arthur Lira (@ArthurLira_) June 17, 2022
“Ele só representa a si mesmo e o que faz deixará um legado de destruição para a empresa, para o país e para o povo. Saia!!! Pois sua gestão é um ato de terrorismo corporativo”, reforçou.
O presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente. Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa & o Brasil & e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) June 17, 2022
Uma das ideias em discussão, já aprovada no Senado, é uma proposta que usa parte dos dividendos da Petrobras, entre outros recursos, para alimentar uma conta de equalização e assim ser possível reduzir o preço dos combustíveis para o consumidor final.
Pelo Twitter, o presidente da Câmara defendeu a renúncia imediata do atual presidente da Petrobras (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
“Se a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle, o governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população, por meio de uma conta de estabilização de preços em momentos de crise”, disse o presidente do Senado, 💥️Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em nota divulgada nesta sexta, ao acrescentar que “medidas semelhantes estão sendo adotadas por outros países em favor de sua economia e de sua população”.
Essa proposta passou pelo Senado em março passado, mas até agora não avançou na Câmara.
Outra iniciativa que está em discussão, segundo uma fonte do Senado, está convocar o ministro da Economia, 💥️Paulo Guedes, para discutir o reajuste dos combustíveis.
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