Por que o Ibovespa anda tão volátil? Veja 4 pontos que explicam o movimento do índice

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Veja a seguir quatro pontos que estão causando a volatilidade do Ibovespa (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

As preocupações do mercado em relação ao 💥️Ibovespa (💥️IBOV) se concretizaram na última sexta-feira (17): pela primeira vez desde novembro de 2023, o principal índice da 💥️B3 (💥️B3SA3) encerrou abaixo dos 100 mil pontos.

No acumulado, o Ibovespa encerrou a semana passada em queda de 5,36%.

O movimento de baixa chegou a atingir o Ibovespa nesta segunda-feira (20), mas o índice virou e agora opera em alta (porém, continua volátil).

Sem o apoio das bolsas norte-americanas, que estão fechadas por conta do feriado nos Estados Unidos, a queda do início do dia refletiu o desempenho das 💥️commodities, em especial 💥️petróleo e 💥️minério de ferro.

Mas não são só petroleiras, mineradoras e siderúrgicas que têm pressionado o índice. Fatores internos e externos vêm contribuindo para alimentar ainda mais a aversão a risco no mercado de ações no Brasil.

💥️Veja a seguir quatro pontos que estão causando a volatilidade do Ibovespa:

💥️Commodities em queda

O minério de ferro estendeu as perdas nesta segunda. O contrato mais negociado na bolsa de Dalian, para entrega em setembro, despencou 11% hoje, a 746 yuanes (ou US$ 111,60) a tonelada, vindo de uma perda de 6% na sexta.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de julho para o ingrediente siderúrgico recuou 8%, para US$ 110,40 a tonelada.

O principal motivo da pressão baixista é a China, que ainda tenta conter os surtos de Covid-19 no país. Traders também estão preocupados com um possível colapso do consumo de aço na região, já que a demanda continua fraca e o estoque do material só aumenta.

O petróleo também caiu forte nos últimos dias, guiado por preocupações de desaceleração econômica após os principais bancos centrais elevarem as taxas de juros. Na sexta, a commodity caiu cerca de 6%, para uma mínima de quatro semanas.

Nesta segunda, os contratos futuros do petróleo Brent e do petróleo WTI, ambos com vencimento em agosto, se recuperam.

💥️Reajuste dos combustíveis

Na manhã de sexta, a 💥️Petrobras (💥️PETR3;💥️PETR4) anunciou um novo reajuste dos preços dos combustíveis, que passou a vigorar no último sábado.

O preço médio de venda da gasolina da estatal para as distribuidoras passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, enquanto o preço médio de venda do diesel subiu de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.

O novo reajuste teve repercussão imediata entre os membros do Congresso, com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), pedindo a renúncia imediata de José Mauro Ferreira Coelho, até então presidente da Petrobras.

Lira também falou sobre a possibilidade de dobrar a taxação dos lucros da estatal, uma vez que uma maior tributação poderia ser revertida em recursos à população. Isso pressionaria os dividendos da companhia e, por consequência, as ações.

Por parte de Bolsonaro, o presidente classificou o novo reajuste como “traição” e disse que iniciou conversas com Lira para articular a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o conselho da estatal.

Os papéis da Petrobras chegaram a cair mais de 6% no dia, contribuindo para o pregão negativo do Ibovespa.

💥️Governança da Petrobras

Na manhã desta segunda, a Petrobras anunciou a renúncia de José Mauro Coelho do cargo de presidente da companhia.

José Mauro Coelho pediu demissão três dias após o novo reajuste da Petrobras, sob pressão do governo Bolsonaro, que o indicou para a posição após Adriano Pires desistir de assumir o comando da empresa.

Com a saída de Coelho, a Petrobras passará ao seu 41º CEO em 68 anos de empresa.

As ações da petroleira chegaram a ter suas negociações suspensas duas vezes pela B3 hoje, uma no início da abertura e outra por volta das 10h50, após operarem em queda de mais de 3%.

As negociações foram retomadas há pouco. Perto das 12h50, as ações da Petrobras, tanto ordinárias quanto preferenciais, operavam estáveis.

💥️Fed mais agressivo

Autoridades monetárias do banco central dos EUA elevaram na última semana a taxa de juros do país em 0,75 ponto percentual, a 1,5-1,75%.

O aperto monetário – o maior desde 1994 – coloca a taxa de juros ao nível mais alto desde março de 2023.

Além do aumento das taxas, o Federal Reserve (Fed) elevou as projeções para a meta dos juros nos próximos anos por conta da inflação, que está em seu maior nível em mais de 40 anos.

A mediana da expectativa para a taxa básica de juros subiu para 3,4% até o fim de 2022 (contra 1,9% projetado em março). Para 2023, a meta foi revisada para 3,8%, de 2,8% em março.

O Fed também revisou as estimativas para a inflação, que deve terminar o ano em 5,2%, acima da previsão de 4,3% em março.

Com o Fed confirmando uma postura ainda mais agressiva sobre a inflação, crescem as preocupações envolvendo uma possível recessão nos EUA, o que tem penalizado os mercados globais (incluindo o Brasil).

Para o BofA, a probabilidade dos EUA entrarem em recessão no próximo ano é de cerca de 40%.

“Vemos o crescimento do PIB desacelerando para quase zero, a inflação se estabilizando perto de 3% e o Fed aumentando as taxas acima de 4%”, diz Ethan Harris, economista global da instituição, em relatório divulgado na semana passada.

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