Pré-Mercado: Foi dada a largada ao segundo semestre de 2022
Os investidores se preparam para o segundo round do ano | Touro Indomável (1980)
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Trade do Dia
Por Nilson Marcelo, analista quantitativo de ações da Vitreo
Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade & venda dos papéis da Marfrig (MRFG3)
MRFG3: [Entrada] R$ 12.07; [Alvo parcial] R$ 11.83; [Alvo] R$ 11.53; [Stop] R$ 12.43
“O papel encontra-se em tendência de baixa e enfrenta nova pressão vendedora, oferecendo oportunidades no curto prazo.”
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Observações sobre a operação:
& Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.
& Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.
& Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.
& Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.
Vale lembrar que investimentos em renda variável estão sujeitos a riscos de perda.
Nilson Marcelo,
Analista quantitativo de ações da Vitreo
💥️Bom dia, pessoal!
Lá fora, os mercados asiáticos fecharam predominantemente em baixa nesta sexta-feira (1), repercutindo os sinais negativos verificados nos mercados globais durante o pregão de ontem (30). Os investidores também continuam preocupados com as perspectivas econômicas globais e a possibilidade de uma recessão, já que os presidentes dos bancos centrais reafirmaram sua determinação de reduzir a inflação apesar das ameaças ao crescimento econômico.
Apesar de terem sido ultimamente alimentadas por temores de recessão, com alertas de uma perspectiva sombria para a economia global, as Bolsas europeias iniciam o semestre em leve alta nesta manhã. Os futuros americanos abrem julho em tímida queda, com os investidores cautelosos depois do pior primeiro semestre para o S&P 500 desde 1970. As perspectivas para o Brasil, desta forma, não são lá muito animadoras.
A ver…
Reversão de tendência ao longo dos últimos seis meses
O Ibovespa perdeu em junho cerca de 11,5% de seu valor, registrando o pior desempenho para o mês desde 2002 e o pior mês desde março de 2023. No ano, acumula queda de 5,99% — é uma inversão impressionante para o índice, ao longo do primeiro trimestre, foi o queridinho dos investidores internacionais. O dólar também apresentou um comportamento interessante, ainda sustentando sua queda de 6,12% no ano, apesar da alta de mais de 10% em junho.
Para o começo do semestre, os investidores repercutem a aprovação da PEC dos Combustíveis no Senado, seguindo agora para a Câmara. A proposta traz consigo um pacote de bondades a 90 dias da eleição presidencial, prevendo a ampliação de auxílios sociais e a criação de novos programas. No final, o custo total da PEC foi de R$ 41,25 bilhões fora do teto — foi também criado estado de emergência parcial que blinda eventual acusação de descumprimento da legislação eleitoral.
Apesar do potencial alívio inflacionário pelas renúncias fiscais, o aumento dos programas sociais eleva a disponibilidade de renda, podendo servir de impulsionador de preços. Além disso, chama a atenção a continuidade do esgarçamento fiscal na realidade pós-pandêmica. Tais movimentos são traduzidos em volatilidade na curva de juros, que pode trazer consequências negativas para os ativos de risco.
Uma primeira metade de ano complicada
Ontem, ao final do primeiro semestre, a desaceleração dos gastos com consumo em maio nos EUA, no meio de um processo de alta agressiva de juros no país, reforçou os temores com uma recessão. Os americanos talvez vivam um dos processos recessivos mais antecipados da história. As consequências sobre os índices são notáveis. O Dow Jones acumula perda de 15,3% no ano, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq têm quedas de 20% e 29,5% no primeiro semestre, respectivamente — foi o pior desempenho no período para o S&P 500 desde 1970.
O momento é, de certa forma, histórico para ações, títulos de renda fixa, criptomoedas e praticamente todas as outras classes de ativos que não sejam commodities. Enquanto isso, o preço do petróleo nos EUA se valorizou em mais de 40% no ano, com ganhos consideráveis de muitos metais e commodities agrícolas também. Para a segunda metade do ano, os investidores ainda esperam um banho de incertezas, em especial sobre a inflação e o processo de aperto monetário.
Como fica a recessão?
Provavelmente, nos EUA, teremos um mercado de trabalho mais fraco até o final deste ano, menor confiança do consumidor e economias (poupanças) reduzidas, afetando os gastos do consumidor (quase 70% do produto interno bruto dos EUA). A normalização econômica em meio à inflação e ao processo de aperto monetário poderá trazer uma recessão no final de 2022 ou no início de 2023.
Notadamente, não precisa ser uma contração profunda e prolongada como a recessão de 2007 a 2009, mas será um contraste marcante com a rápida recuperação da recessão pandêmica em 2023. Ao mesmo tempo, a perspectiva de uma contração econômica pode estimular o Fed a diminuir o ritmo de seus aumentos das taxas de juros. Ainda assim, o Fed e outros bancos centrais ao redor do mundo estão firmes em reduzir a inflação, podendo ser necessária uma recessão para atingir esse objetivo.
Anote aí!
Lá fora, na Europa, os investidores contam com os dados de inflação da zona do euro, bem como os índices de atividade em vários países europeus. Nos EUA, temos a pesquisa de opinião da indústria e o Índice de Gerentes de Compras de Fabricação do mês de junho. No Brasil, aguardamos o Índice de Confiança Empresarial de junho e o resultado da balança comercial para o mesmo mês.
Muda o que na minha vida?
Muito se comenta sobre um artigo de Anna Stansbury e Lawrence Summers, publicado na primeira metade de 2023, sobre a queda do poder de compra do trabalhador ter sido a característica definidora do ambiente macroeconômico dos EUA por uma geração.
Agora, com mais inflação e juros, uma sustentação do mercado, verificada ao longo dos últimos 15 anos, pode estar acabando (o fim da era do “dinheiro grátis”), havendo margem para preocupações em relação ao mercado de trabalho americano.
Em meio à crescente desigualdade, podemos ver novamente atritos sociais que poderiam acarretar um renascimento de movimentos organizados dos trabalhadores. Talvez não seja no modelo já ultrapassado dos sindicatos, mas se não houver uma recuperação do crescimento da renda real como havia antigamente, as chances de termos ruídos e atritos sociais ficam cada vez mais elevadas.
Um abraço,
Jojo Wachsmann
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