Brasil deve captar investimentos em lítio realocados do Leste Europeu, diz ministro
O decreto que flexibiliza as exportações de lítio do Brasil, publicado na quarta-feira pelo governo federal, tem o potencial de viabilizar mais de 15 bilhões de reais em investimentos na produção do minério até 2030 (Imagem: REUTERS/Enrique Marcarian)
A abertura das 💥️exportações de lítio do 💥️Brasil deve captar investimentos que antes eram feitos em países do Leste Europeu e Ásia, uma vez que a nova diretriz do governo brasileiro traz segurança jurídica aos investidores que buscam oportunidades ligadas à armazenagem de energia e eletrificação de veículos, disse à 💥️Reuters o ministro de Minas e Energia, A💥️dolfo Sachsida.
O decreto que flexibiliza as exportações de lítio do Brasil, publicado na quarta-feira pelo 💥️governo federal, tem o potencial de viabilizar mais de 15 bilhões de reais em 💥️investimentos na produção do minério até 2030, informou o ministério na véspera.
“O lítio é fundamental para as novas gerações de baterias. Nesse momento de realocação do portfólio de investimentos no mundo, os recursos estão saindo do Leste Europeu e de algumas regiões de países asiáticos e procurando porto seguro para investimento”, disse Sachsida, por telefone, nesta quinta-feira.
O decreto corrige uma distorção que vem da década de 70. Como o lítio era um mineral mais escasso, foi considerado estratégico, pela sua utilização, ainda que relativamente pequena, em reatores nucleares.
Segundo ele, o decreto do lítio “aumenta a segurança jurídica, dá mais previsibilidade, diminui a burocracia, estimulando a vinda do investimento privado, que vai gerar emprego e renda para uma das regiões mais pobres do Brasil”.
O Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, concentra a maior parte das reservas minerais conhecidas para produção de lítio no país.
Paralelamente, o ministério trabalha para mapear, até o final do ano, outras regiões com potencial para exploração e produção do lítio, disse o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Pedro Paulo Dias Mesquita.
Segundo ele, as reservas já mapeadas pela Agência Nacional de Mineração ainda não contemplaram todo o potencial descoberto pelas próprias empresas, e algumas no Vale do Jequitinhonha podem prover um custo de produção dos mais baixos em termos mundiais.
O secretário disse que o governo editou o decreto com base na expectativa de investimentos globais na eletromobilidade de 80 bilhões de dólares & orçados em sua maioria em 2023& , visto que o lítio é importante matéria-prima para a produção de baterias de veículos.
“Este movimento nos fez acreditar que a gente deveria aproveitar melhor, a gente teria oportunidade de aproveitar melhor esse movimento… por isso a abertura e dinamização do comércio agora”, disse.
O secretário comentou que atualmente mais de 70% do lítio já é voltado para a produção de baterias.
“A gente está esperando um salto da produção brasileira até 2025, só com investimentos visíveis, você vai multiplicar e muito a produção nacional. Você multiplica por mais de cinco vezes”, disse Mesquita, lembrando que alguns projetos começam a produzir neste ano.
Esse é o caso da canadense Sigma Lithium Resources Corporation, que começa a produzir até o final do ano em área no Vale do Jequitinhonha.
A co-CEO da Sigma, Ana Cabral-Gardner, concorda que o Brasil pode se tornar uma potência no mercado, disse ela à Reuters.
A Sigma pretende produzir 37.000 toneladas de lítio até dezembro, se a construção continuar dentro do cronograma. A empresa sul-coreana de baterias LG Energy Solution Ltd 373220.KS, que assinou um acordo de fornecimento com a Sigma em outubro passado, será uma das clientes do produto.
A produção do Brasil ainda ficaria atrás da Austrália e do Chile, os dois maiores produtores de lítio do mundo, que no ano passado produziram 55.000 toneladas e 26.000 toneladas, respectivamente, segundo o Serviço Geológico dos EUA.
Para o diretor de Geologia e Recursos Minerais do estatal Serviço Geológico do Brasil (SGB), Marcio Remédio, o Brasil responde atualmente por apenas por cerca de 1,5% da produção mundial de lítio, mas pode chegar a 5% em dez anos.
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