Petrobras: risco de um congelamento informal dos preços é inexistente, diz economista

Petrobras

O governo de Dilma Rousseff represou os preços dos combustíveis entre 2011 e 2014. (Imagem: Bloomberg)

A cadeira de CEO da 💥️Petrobras (💥️PETR4) tem formigas – pelo menos durante o mandato de 💥️Jair Bolsonaro. Desde 2023, a liderança da estatal já passou pela mão de cinco presidentes, incluindo o interino Fernando Borges.

E o que deixa o mercado ressabiado é a possibilidade de uma intervenção do Estado na empresa – nem que seja feita de forma indireta. Ou seja, a liderança da empresa optando por segurar os preços dos 💥️combustíveis para não desagradar o Planalto.

Hoje, quem está à frente da companhia é Caio Paes de Andrade. Ele foi indicado pelo governo depois de muitas reclamações de Bolsonaro em relação à política de preços da 💥️Petrobras. O último presidente, José Mauro Coelho, recebeu o aviso de demissão com apenas 40 dias de cargo e renunciou de vez quando a 💥️Petrobras fez o seu último reajuste de preços, em meados de junho.

A grande reclamação de Bolsonaro é que a 💥️gasolina está muito cara. De fato, quando assumiu o poder, a média do combustível nos postos estava em R$ 4,33, de acordo com dados da 💥️Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP). Agora, a média do litro da gasolina está em R$ 7,56, segundo um levantamento da Ticket Log.

“Mudanças na presidência não têm impacto na política de preços”

A culpa da alta nos preços não é da 💥️Petrobras, é do mercado internacional. A guerra na Ucrânia atrapalhou a oferta do produto, enquanto a demanda por 💥️petróleo segue se recuperando na pandemia. E, segundo Robson Gonçalves, economista e professor de MBAs da 💥️Fundação Getulio Vargas (FGV), não existe nenhuma possibilidade de congelamento informal do preço dos combustíveis por causa do CEO.

“Em 2016, houve mudanças que implicaram na política de paridade internacional (PPI) e em restrições legais e estatutárias. A prova de que mudanças na presidência não têm nenhum impacto na política de preços é o fato de que a companhia já teve cinco presidentes diferentes e os preços ainda seguem a PPI.”

Qualquer mudança na política de preços da 💥️Petrobras exigiria uma mudança na Lei das Estatais e também no estatuto da empresa – e esse tipo de alteração precisa passar pelo Congresso antes.

O que aconteceria em um congelamento de preços?

A última vez que o governo tentou controlar o preço dos combustíveis foi entre 2011 e 2014, durante o primeiro mandato de 💥️Dilma Rousseff. E o resultado dessa contenção foi a perda de, pelo menos, R$ 100 bilhões por parte da 💥️Petrobras.

De acordo com Robson, caso houvesse um novo congelamento, o primeiro impacto seria uma desvalorização significativa nas 💥️ações da estatal. “Além disso, um represamento de preços artificial criaria uma grande incerteza sobre os preços futuros e impactaria o preço de outros produtos.”

No início do ano, o ex-presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e ex-diretor da 💥️Petrobras, Eberaldo de Almeida, projetou que o Brasil teria um impacto de R$ 180 bilhões a R$ 200 bilhões caso o governo congelasse os preços durante todo o ano de 2022.

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