Dividendos: Nem tudo o que reluz é ouro

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Contar com dividendos hoje pode não ser sustentável no longo prazo, afirma o novo colunista do Money Times

Uma empresa nasce com o objetivo de ser perpetuada e, para tanto, precisa realizar investimentos em tecnologia, novos produtos, que poderão sacrificar a rentabilidade atual para garantir sua sobrevivência e benefícios futuros.

Se a maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo, a maximização da riqueza considera o longo prazo e envolve a adoção de práticas ESG.

Na conjuntura atual, a questão do investimento é ainda mais crucial por conta da disrupção nos mercados e entrada de concorrentes nunca antes pensados, vide os apps de mobilidade e versus as montadoras.

Com a explosão no desenvolvimento tecnológico e digital houve uma aceleração significativa na mudança de mercados, criando um mundo muito mais complexo e ambíguo para as companhias atuarem.

E a decisão ou não de investir passa pelo medo de errar, que vai impactar diretamente no caixa e, por consequência, no bolso dos acionistas.

Neste contexto, vem a pergunta: o que deve ser priorizado investimentos ou dividendos.

Ora, não há uma resposta 100% correta a esta pergunta. A bolsa induz os investidores a olharem para os resultados trimestrais, quando acontecem as teleconferências com os RIs e gestores.

Isso os leva a terem uma visão de curto prazo e a Transformação Digital é algo que vai muito além da automação e da ansiedade do acionista.

Pode ser que numa primeira curva a empresa se depare com certa perda de receita, mesmo que esteja se preparando para vir muito mais forte num segundo momento e isso vai gerar perda de valor das ações.

Como exemplo, podemos citar o caso da 💥️Adobe, que deixou de vender CD para vender assinatura. Apesar de a companhia ter explicado que haveria redução de receita momentânea, mas retomada num segundo momento, registrou forte queda no valor de mercado.

Mas, se a Adobe não tivesse feito tal mudança, estaria vendendo CDs para quem hoje?

A medida foi claramente um sacrifício de momento em prol da longevidade dos negócios e é esta a postura que o investidor de longo prazo deve se atentar ao escolher as ações que vão compor o seu portfólio.

O negócio pode sofrer uma disrupção? A política de 💥️dividendos é balanceada com os investimentos necessários?

Distribuir 💥️dividendos faz parte das obrigações de uma companhia aberta, pois nada mais é do que a remuneração do financiamento via capital próprio.

O que não pode ocorrer é que a política de dividendos comprometa a sustentabilidade da empresa. O investidor deve ficar atento às fragilidades do negócio.

Obviamente não existe um percentual ideal, depende muito de empresa para empresa. Mas um fato é certo.

Contar com dividendos hoje pode não ser sustentável no longo prazo. Nem tudo o que reluz é ouro.

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