A inflação está melhorando? Veja como identificar os sinais de desaceleração

Supermercado

No acumulado dos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) somou 11,89%. (Imagem: REUTERS/Kim Kyung-Hoon/File Photo)

Em junho, a 💥️inflação no Brasil acelerou para 0,67% ante a taxa de maio, de 0,47%. No acumulado dos últimos 12 meses, o 💥️Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) somou 11,89%.

O mercado já esperava uma alta dessa magnitude, mas não gostou de saber que a 💥️inflação ainda está persistente. As projeções indicavam que o pico da alta de preços foi em abril – na época, o IPCA chegou ao seu patamar máximo de 12,13%.

Apesar da alta no mês passado, já existem alguns sinais de que, aos poucos, estamos entrando em uma desaceleração dos preços. Claro, a própria redução dos preços no supermercado já é um bom indicativo. “Existem muitas maneiras de medir a 💥️inflação. O IPCA é o principal e acompanha milhares de preços de produtos, além do peso deles no orçamento das famílias. Com isso, é possível saber como os preços estão se comportando”, afirma Mauro Rochlin, professor de Economia da 💥️Fundação Getulio Vargas (FGV).

Acontece que alguns produtos são sazonais: tem 💥️alimentos que sobem de preço no período de entressafra, as passagens aéreas avançam nas vésperas de meses de férias. Além disso, medidas do governo podem influenciar em alguns setores. Por exemplo, a limitação do 💥️ICMS no preço dos 💥️combustíveis já começou a impactar os preços e isso foi sentido na medida de junho. O mês de agosto provavelmente também será impactado pela mudança do imposto.

Queda do petróleo

Outro sinal de que podemos ver a 💥️inflação desacelera nos próximos meses é a queda no preço do 💥️petróleo. Quando começou a guerra na Ucrânia, o preço da commodity disparou porque a Rússia é o terceiro maior produtor de energia do mundo e a sua oferta estava comprometida.

No entanto, no mês passado, o produto quebrou a tendência de alta e o barril do petróleo já está próximo dos US$ 100. Logo, o preço da gasolina também deve cair ao longo das semanas.

Consumo das famílias

Outro sinal que indica trégua na 💥️inflação é o nível de consumo no país. “A teoria econômica sugere uma relação inversa de preço e demanda. Se a demanda por um determinado produto cai, então o esperado é que não haja aumento no preço deste produto”, explica Mauro.

Esse ainda é um problema para o Brasil. De acordo com dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), já são seis meses consecutivos de altas na Intenção de Consumo das Famílias. O índice já acumulou alta de 10,1% no primeiro semestre de 2022.

Em junho, o indicador alcançou 80,2 pontos. Trata-se de um resultado superior aos apresentados no mesmo mês de 2023 e 2023, durante o auge da pandemia. Isso sugere que a economia está aquecida, assim como o mercado de trabalho está melhorando. Mas pressiona a 💥️inflação.

Câmbio

Também não pode ser desconsiderado o 💥️câmbio. Por ser um país emergente, a economia brasileira está muito atrelada à variação do 💥️dólar. Se a moeda americana sobe, o preço de produtos importados (como o petróleo) também avançam.

Além disso, a forma como o governo trabalha a sua política fiscal interfere no câmbio. Se os investidores entenderem que o país não é seguro economicamente e que há um descontrole da dívida pública, eles vão investir em outro lugar. Com isso, o dólar avança ainda mais.

Mercado

Por fim, o mercado aposta na desaceleração da 💥️inflação. No 💥️Relatório Focus desta semana, o 💥️Banco Central registrou que a projeção do mercado para o IPCA é de queda até o final do ano. Há um mês, a expectativa era de que 2022 terminasse com uma 💥️inflação de 8,50%. Agora, é de 7,67%.

Na semana passada, o número estava ligeiramente mais alto: 7,96%. E ainda assim, estava mais baixo do que a projeção do próprio Banco Central. No seu último Relatório Trimestral de 💥️Inflação, o BC indicou que a 💥️inflação acumulada em 12 meses deveria atingir o pico de 12% no segundo trimestre de 2022, caindo para 8,8% no final do ano.

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