Carta pela democracia: ‘saia justa’ do agronegócio dividido é clara entre assinaturas e ausências
E-Ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e maior produtor de soja, assinou carta pela democracia da Fiespf (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Como não haveria nenhum manifesto pela democracia não fosse as alegações de fraude que o Jair Bolsonaro deposita nas urnas eletrônicas, e que tomou contornos de ameaças veladas ao pleito de outubro, exigindo mobilização da sociedade civil, a situação deixou o agronegócio de ‘saia justa’ e dividido.
Na sua generalidade macroeconômica, o conjunto do setor sempre foi associado, também genericamente, como defensor incondicional do governo.
Mas, visto na sua amplitude e difusa abrangência, sobretudo por misturar os três subsetores – primário, secundário e terciário –, nas inúmeras cadeias produtivas, ficou mais exposto o racha de suas lideranças, individuais ou associativas, entre assinarem ou não as cartas de defesa democrática.
Muitas não subiram no muro desde pronto, assinando as várias cartas pela democracia que circulam, porque entendem que jogar fora das ‘quatro linhas’ não tem nada a ver com reforma fiscal, privatização, diminuição da intervenção na economia, teto de gastos, entre outros pontos da agenda dos donos do PIB brasileiro.
Nesse grupo, estão nomes como do ex-ministro Blairo Maggi, maior produtor de soja do Brasil, Horácio Lafer Piva, um dos herdeiros da Klabin e ex-presidente de Fiesp, Walter Schalka, da Suzano, Pedro de Camargo Neto, pecuarista e ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) – inclusive conselheiro da então indicada ex-ministra da Agricultura do atual governo, Tereza Cristina – entre outros.
Dentre as mais representativas entidades do agronegócio, signatárias da carta a Fiesp, também está a Abiove, que congrega as indústrias de óleo vegetal e tradings, se alinhando a outros pesos-pesados, como Febraban.
Neutros e contrários
Já entre as ausências do agronegócio nas manifestações democráticas, como não poderia deixar de ser há aqueles que estão fazendo contorcionismo verbal, quando inquiridas, para justificarem o pretenso perfil apolítico, ou porque não podem falar pelas suas bases.
A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) declarou ao 💥️Money Times que não assinará nenhum documento, lembrando que a entidade, quando na última presidência, de Marcello Brito, endossou a defesa ao meio ambiente e a favor da produção sustentável, sendo alvo de duras críticas do governo e de produtores rurais.
Outras como a Unica, representante das usinas de açúcar e etanol do Centro-Sul, não responderam, enquanto a coirmã Udop afirmou que prefere ficar neutra em “temas polêmicos”.
Ainda poderão figurar agremiações, também de expressão nacional, como ABPA (frigoríficos de aves e suínos), Abitrigo (moinhos de trigo) e Anda (fertilizantes), que se somam a várias que ainda estão na dúvida quanto ao teor político das cartas ou se dizem ainda buscando consenso entre os associados.
Abiec, das indústrias de carne bovina, está nesse meio.
Um terceiro grupo bastante cristalizado, do qual não se espera mesmo a presença, é fundamentalmente representado pelas entidades classistas ‘porteira adentro’, sejam de dezenas de associações regionais, como das duas principais nacionais.
Além da Sociedade Rural Brasileira, centenária, tem a poderosa Aprosoja, que já se destacou, inclusive, por participar de atos públicos promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro, ainda que não oficialmente, e certamente deverá ter a participação de seus membros nas manifestações convocadas para o 7 de Setembro.
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