Em evento da Fiesp, Lula defende realização de reforma administrativa
Lula também disse que será necessário discutir qual o sistema tributário mais benéfico ao país e afirmou que, se eleito, fará tanto a reforma tributária quanto a administrativa (Imagem: Facbook/ Lula)
O ex-presidente 💥️Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comprometeu-se em encontro na 💥️Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) nesta terça-feira com a realização das reformas administrativa e tributária, mas também reafirmou que pretende revisar pontos da reforma trabalhista aprovada no governo de 💥️Michel Temer, mesmo que não seja para revogar totalmente as mudanças.
“Eu acho que vamos ter que fazer uma reforma administrativa sim. Tem pouca gente ganhando muito e muita gente ganhando muito pouco. É preciso tentar fazer um equilíbrio”, disse Lula a uma plateia de empresários ao ser questionado sobre o tema.
Lula citou como uma das distorções o fato de que setores de execução da burocracia pública ganham muito menos do que setores de fiscalização. “É possível fazer justiça a partir de uma reforma administrativa? É, e vamos fazer. É preciso moldar a burocracia a uma nova cultura.”
O debate com empresários foi parte de uma série de encontros em que a Fiesp está chamando os presidenciáveis para debater propostas na área da 💥️economia e da 💥️indústria.
As reformas tributária e administrativa são dois pontos considerados chave pelos empresários e uma cobrança constante em todos os governos.
Em 2018, Bolsonaro foi eleito com essas duas promessas, mas não terminou nenhuma delas. Depois de anos de disputas, a tributária segue no Congresso, em um texto no Senado e outro na Câmara, nenhum perto da aprovação.
Já a administrativa, apesar das promessas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não passou sequer da comissão especial por falta de interesse do próprio governo, já que Bolsonaro não pretendia contrariar os funcionários públicos no momento em que buscava a reeleição.
Ao tratar da reforma tributária, Lula disse que pretende, caso eleito, ter grupos de trabalho analisando o tema para ter uma proposta em 30 ou 40 dias de governo, mas que tudo será negociado com todos os setores envolvidos.
“Eu acho que tem de ser logo. O mandato e de quatro anos. Se a gente deixar essas coisas para amanhã a gente não faz mais”, afirmou.
O ex-presidente repetiu ainda que a base da proposta petista é desonerar a produção e fazer uma reforma progressiva, em que o mais pobre paga menos e o mais rico, mais.
“A gente precisa de uma reforma tributária mais progressiva, onde a gente possa taxar a parte mais rica da sociedade, taxar menos a produtividade e taxar mais patrimônio”, disse, ressalvando: “Agora, tudo isso é desejo de uma pessoa e de um partido político que precisa ser colocado em um debate para saber se é isso que a sociedade quer.”
Na fala aos empresários, o petista, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de outubro, reconheceu que “muita gente ficou assustada” quando ele defendeu rever a reforma trabalhista feita no governo Temer, ao mesmo tempo que afirmou que não quer voltar à legislação trabalhista existente em 2002, mas defendeu que é necessário evoluir.
“Contrato coletivo é uma coisa que pode existir”, exemplificou.
💥️(Atualizada às 15:12)
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