Pré-Mercado: Depois da deflação brasileira, todos estão esperando a inflação americana

Todos os olhos voltados para a inflação americana | O Jovem Frankenstein (1974)

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Trade do Dia

Por Nilson Marcelo, analista quantitativo de ações da Vitreo

Após o fechamento do último pregão, identifiquei uma oportunidade de swing trade & compra dos papéis da Iochpe-Maxion (MYPK3).

MYPK3: [Entrada] R$ 17.90; [Alvo parcial] R$ 18.25; [Alvo] R$ 18.90; [Stop] R$ 17.22; [Ganho esperado] 5.61%

“O rompimento de uma resistência histórica indica forte interesse comprador, oferecendo uma oportunidade de ganhos no curto prazo.”

Recomendo a entrada na operação em R$ 17.90, um alvo parcial em R$ 18.25 e o alvo principal em R$ 18.90, objetivando ganhos de 5.61%

O stop deve ser colocado em R$ 17.22, evitando perdas maiores caso o modelo não se confirme.

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Observações sobre a operação:

& Esta recomendação é válida apenas para o pregão de hoje.

& Caso haja um gap inferior ao alvo parcial, considerar este como novo preço de entrada. Caso haja um gap superior ou igual ao alvo parcial, a operação não deve ser iniciada.

& Assim que o alvo parcial for atingido, o stop deve ser colocado no preço de entrada.

& Se o valor do stop for atingido primeiro, a operação não deve ser iniciada.

Vale lembrar que investimentos em renda variável estão sujeitos a riscos de perda.

💥️Bom dia, pessoal!

Lá fora, os mercados asiáticos fecharam predominantemente em queda nesta quarta-feira, acompanhando as indicações amplamente negativas de Wall Street durante o pregão de ontem, com as ações asiáticas de tecnologia caindo para espelhar seus pares no Nasdaq. Os preços ao consumidor chinês em julho subiram menos do que o esperado, refletindo o fracasso do governo em estimular a demanda doméstica.

Os investidores também fazem seus movimentos com cautela antes da divulgação de dados cruciais da inflação nos EUA hoje, que podem afetar as perspectivas para as taxas de juros por lá. Consequentemente, diante da ansiedade pelos dados de preço, os mercados europeus caem nesta manhã, na contramão dos futuros americanos, que conseguem sustentar certo otimismo, apesar da relevância do dia.

A ver…

Digerindo a deflação brasileira de julho

Conforme comentamos aqui, a esperada deflação em julho realmente veio. No mês, o IPCA caiu até mais do que o esperado, em -0,68% na comparação mensal. No acumulado de 12 meses, ainda temos uma alta de 10,07% no índice, mas a queda já foi um avanço em direção à normalização.

Notadamente, a queda foi atribuída ao alívio no preço dos combustíveis, uma vez que o índice teria subido 0,70% em julho se não houvesse a contração de preços na gasolina, etanol e energia. De qualquer forma, a queda acentuada permite que os investidores sonhem com um Copom que pare o ciclo de aperto em 13,75% ao ano.

Ainda será importante acompanhar a inflação americana, no entanto. Afinal, a depender dos preços ao consumidor dos EUA, o mercado poderá precificar mais altas de juros nos EUA, valorizando o dólar (que pressiona nossa inflação) e pressionando o BC brasileiros a acrescentar um ajuste adicional de 25 pontos-base.

E essa inflação ao consumidor?

Após o payroll forte na semana passada, os investidores americanos aguardam hoje com grande expectativa o índice de preços ao consumidor de julho, que deve medir o impacto do mercado de trabalho robusto na inflação e calibrar as apostas para o aperto do juro americano, reforçando ou esvaziando as chances de aumento de 75 pontos-base na reunião do Fed de setembro.

As estimativas são de desaceleração do índice cheio (de 9,1% na comparação anual em junho para 8,7% no mês passado), mas o núcleo, que exclui os preços de energia, pode continuar pressionado, pouco caindo dos 6,1% registrados na última leitura. Se esse número surpreender, no entanto, podemos ver uma forte resposta com os temores de que o Fed seja forçado a se tornar ainda mais agressivo.

Entende-se no mercado que um dos erros de política monetária do Federal Reserve foi se concentrar na inflação de preços ao consumidor como um impulsionador de sua política. O índice S&P 500 subiu 9,1% em julho, seu melhor mês desde novembro de 2023, antecipando um Federal Reserve menos agressivo na suposição de que a inflação atingiu o pico. Ou seja, se houver uma revisão dessa leitura, o índice pode voltar a cair.

Os resultados das empresas de petróleo

As gigantes de petróleo ao redor do mundo, assim como foi o caso da Petrobras, reportaram um belíssimo resultado corporativo para o segundo trimestre do ano. Exemplo disso foi a Exxon, que gerou US$ 17,9 bilhões em receita no segundo trimestre – mais do que o triplo do valor do ano passado e um recorde histórico. As outras duas principais empresas ocidentais de energia, Chevron e Shell, também registraram lucros recordes no trimestre. Coletivamente, as três empresas acumularam US$ 46 bilhões em lucro em apenas três meses.

O setor de energia se beneficiou muito do aumento dos preços do petróleo à medida que o mundo reabriu da Covid e a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou preocupações de escassez de oferta. Com isso, as ações de energia têm, de longe, o melhor desempenho de qualquer setor em 2022.

Enquanto o setor de energia teve um excelente desempenho no segundo trimestre, os bons tempos provavelmente não durarão. Os aumentos das taxas de juros do Fed desaceleraram drasticamente a economia, fazendo com que os preços do petróleo (e os preços na bomba) caíssem de seu pico.

Adicionalmente, os lucros fartos vêm provocando reações de governos, que estão aumentando “temporariamente” a tributação sobre tais empresas — como diria Friedman, não há nada mais permanente do que uma medida temporária do governo. 

Anote aí!

Na agenda, ainda contamos com a temporada de resultados no Brasil e no mundo. Entre os dados locais, ficamos com o Índice de Confiança do Empresário Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a pesquisa de comércio ampliada e restrita de junho do IBGE. Lá fora, destaque para o índice de preços ao consumidor de julho na Alemanha e nos EUA. Falas de autoridades monetárias brasileiras e americanas são aguardadas.

Muda o que na minha vida?

Assim como no Brasil, a temporada de resultados do segundo trimestre nos EUA está quase no final, com cerca de 90% das empresas no S&P 500 já tendo reportado os seus resultados do segundo trimestre. Até aqui, tivemos uma temporada mista de relatórios de ganhos corporativos.

No aspecto positivo, as empresas continuam a superar as estimativas de lucro, pelo menos na média (cerca de 75% das empresas do S&P 500 reportaram lucros acima do esperado no segundo trimestre). De maneira geral, os lucros do segundo trimestre estavam a caminho de subir 6,7% em relação ao ano anterior. 

A má notícia é que os analistas reduziram suas estimativas para cada um dos próximos seis trimestres. Como resultado, os lucros futuros, que são a média ponderada pelo tempo das estimativas de ganhos por ação de consenso dos analistas, caíram 1,3%, durante as últimas semanas. Mais dessa desaceleração deverá ser verificada nos próximos trimestres de resultados.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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Disclaimer

O 💥️Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

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