Governo vai reduzir projeção para balança comercial em 2022, mas vê recorde em exportações

Exportações

As importações brasileiras têm sido especialmente impactadas pelo aumento expressivo nos preços de fertilizantes e combustíveis em meio ao conflito no leste europeu (Imagem: Pixabay/bahonya)

O 💥️Ministério da Economia revisará mais uma vez para baixo sua projeção para o desempenho da balança comercial neste ano, diante de reflexos da guerra na 💥️Ucrânia, que estão provocando forte alta dos valores importados pelo país, de acordo com uma fonte da equipe econômica.

Embora também esteja sendo impulsionado por preços mais altos, o ritmo das exportações está crescendo em velocidade inferior. Mesmo assim, as vendas do Brasil devem encerrar o ano em patamar recorde, disse a autoridade à 💥️Reuters.

Segundo o relato, a estimativa para a balança no fechamento de 2022 ficará abaixo dos 81,5 bilhões de dólares previstos em julho pela pasta, mas ainda é possível que o resultado do ano supere o superávit recorde de 61,4 bilhões de dólares registrado no ano passado.

“A exportação está crescendo como a gente previa. Exportamos 280 bilhões de dólares ano passado, este ano achamos que chega em 350 bilhões de dólares, está acontecendo exatamente como na projeção. O que está descolando é a importação”, disse essa autoridade, que falou sob condição de anonimato porque as previsões não são públicas.

As 💥️importações brasileiras têm sido especialmente impactadas pelo aumento expressivo nos preços de fertilizantes e combustíveis em meio ao conflito no leste europeu.

No acumulado de janeiro a julho, as importações de adubos e fertilizantes cresceram 175,3% na comparação com o mesmo período de 2023, enquanto foi observada uma alta de 98,5% nas compras de óleos brutos de petróleo e de 106,9% de gás natural, segundo dados do Ministério da Economia.

Em maio, a pasta chegou a projetar um saldo positivo de 111,6 bilhões de dólares para a balança brasileira no ano, mas a estimativa foi revista para 81,5 bilhões de dólares em julho, já com previsão de alta nas importações desses insumos, com o salto nas cotações internacionais.

A nova projeção oficial da pasta será divulgada apenas no início de outubro.

Internamente, o Ministério da Economia não vê a revisão com preocupação, por considerar a posição das contas externas brasileiras bastante confortável, com o país amparado ainda por reservas internacionais de 345 bilhões de dólares, disse a fonte.

Técnicos da pasta consideram mais importante o desempenho da corrente de comércio, que soma importações e exportações, refletindo o nível de inserção do Brasil no mercado internacional. Esse indicador também deve bater recorde este ano, pela avaliação do ministério.

Em linha com a avaliação do governo, Leonardo Costa, economista da ASA Investments, afirma que, apesar do firme desempenho das exportações, a forte expansão das importações vai provocar uma queda no saldo da balança de 2022 em relação ao projetado anteriormente. Ele afirma que a atual previsão da casa, de superávit de 72 bilhões de dólares, também será revisada para baixo.

“Além de exportador relevante de 💥️petróleo, o 💥️Brasil é altamente dependente dos seus derivados, e a alta de preços do primeiro semestre começa a afetar negativamente nosso saldo, que segue positivo, mas menos positivo do que o observado no começo do ano”, disse.

Na avaliação da economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, a balança comercial deste ano ainda deve ter saldo “robusto”, semelhante ao de 2023.

Para ela, as exportações crescerão beneficiadas pela alta das commodities, embora a desaceleração do setor de construção na 💥️China jogue para baixo os volumes de vendas de minério de ferro.

Em relação às importações, a economista afirmou que as compras de fertilizantes e combustíveis registram alta significativa, mas há fatores de baixa à frente.

“No segundo semestre, veremos menores importações de gás e de energia elétrica, que ocorreram no ano passado devido à crise hídrica”, disse.

Em junho, o Banco Central previu um superávit de 4 bilhões de dólares para as transações correntes neste ano, o primeiro saldo positivo desde 2007 da conta, medida mais abrangente das trocas do país com o resto do mundo que abarca também o comércio de serviços, remessas de lucros e pagamentos de juros, entre outros fluxos.

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