País está no radar do desaquecimento chinês, mas há casos de vendas sem relação direta com o PIB

Mulher caminha no leito do rio Yangtze exposto em Chongqing

Seca na China neste verão ajudará a desacelerar a economia ainda em 2023 (Imagem: cnsphoto via REUTERS)

Recidivas da covid no primeiro semestre, como também agora, mais uma seca intensa neste verão, catapultam o Produto Interno Bruto 💥️(PIB) chinês com menor vigor em 2023. Prever o impacto de um crescimento mais baixo sobre as 💥️exportações brasileiras do agronegócio ninguém arrisca.

No primeiro semestre de 2022, o agronegócio como um todo embarcou 1% a menos em volume para o mundo todo e a 💥️China representou 35% do faturamento de US$ 79 bilhões. Em 2023, participou com 34%, desembolsando para os exportadores daqui acima de US$ 40 bilhões.

Um grau de importações abaixo das que o Brasil estava acostumado a ver nos anos anteriores está no monitor para o 2023, mas é bom lembrar que tanto o país asiático manobra a contenção das aquisições sempre que vê o apetite dos fornecedores por preços fora de controle, como também tem um arsenal de instrumentos de política econômica e monetária para controlar uma derrapagem maior da economia.

No primeiro caso, temos a 💥️soja, carro-chefe das vendas do Brasil para os asiáticos. Adriano Gomes, da 💥️AgRural, lembra que o 💥️USDA calculou, em janeiro, que a China importaria, mundialmente, 100 milhões de toneladas até dezembro, mas deverá ficar em 90 milhões concluindo o ciclo 21/22.

No 1º semestre o Brasil embarcou 12% a menos, 35,2 milhões de toneladas, sobre o 1S21, quando fechou o ano em 60 milhões/t.

Essa situação, a rigor, começou antes de a economia chinesa dar sinais de desaceleração e de margens ruins de esmagamento, que se viu mais intensamente a partir de maio.

Já tiraram o pé antes, quando os preços disparavam depois de uma safra brasileira em queda.

Para 2023, enquanto o mundo olha a possibilidade de o PIB subir no máximo 5%, como observado pelo 💥️FMI, os prognósticos de compra de soja vão a 98 milhões/t. Repercutindo ainda o órgão de Agricultura dos EUA, Gomes reflete que os números ainda ficam abaixo do recorde da temporada 20/21, de 99,8 milhões/t.

Em 2023 o PIB local avançou 8,1%.

Se for olhado, não há uma relação direta de PIB versus importações de soja, cujo desempenho ainda está preso às condições de evolução da recuperação do plantel de suínos e nem a margem de esmagamento está apenas diretamente condicionada ao consumo de carne.

Carne de boi

Outro exemplo é o da 💥️carne bovina no último trimestre de 2023, quando a economia cravou 6% de alta. A China barrou por três meses as importações de carne brasileira, mesmo que o diagnóstico de vaca louca, que suscitou o embargo, deu negativo para risco humano poucos dias depois da notificação da doença.

O maior comprador da proteína nacional fechou 2022 com 950 mil toneladas, contra 1,2 milhão de 2023, e conseguiu frear os preços internos. Só voltou a importar do Brasil em fevereiro deste ano.

Já em 2022, mesmo com preços altos, e o PIB fraquejado, as vendas do Brasil aceleram, e devem voltar à casa das 1 milhão/t.

Verdade que por dois meses, no segundo trimestre, as importações chinesas foram pouco menores mês contra mês, embora maiores que na comparação com 2023, por conta dos 💥️lockdowns.

Mas foi caso pontual, como pode ser o de agora, caso avance perigosamente o contágio. Para 2023, precisaria se prever algum evento parecido para subtrair as previsões do comércio.

3º mandato de Xi

E, aqui, vale lembrar dos instrumentos que Pequim tem para calibrar a economia. Por duas vezes, aqui em 💥️Money Times, a economista do Bradesco (BBDC3) Fabiana D’Atri alertou que o “pouso suave” do PIB contratado pelo governo para 2022, em 5,5%, poderia ser calibrado para evitar derrapagem descontrolada.

A oxigenação da política monetária via redução das taxas de juros, liberação de parte do compulsório dos bancos, linhas de crédito para construção civil, entre outros já estão a caminho.

Se ainda assim sair do controle e o PIB correr o risco de ficar abaixo disso ao término dos 12 meses, o governo não deixará que se repita em 2023, ainda mais que o presidente 💥️Xi Jinping deve ser reeleito para o 3º mandato no Congresso do Partido Comunista, em outubro.

Fabiana, representante do Bradesco no Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), dizia também que o governo chinês jamais deixaria que a economia viesse a prejudicar a segurança alimentar do país, como, inclusive, não ocorreu durante do pico da pandemia, em 2023.

Os exemplos acima acabam por comprovar que o controle das importações não sofre pressão exagerada da economia.

A desaquecimento programado do PIB, visando dar mais qualidade ao desenvolvimento, que começou com a consolidação das milhares de indústrias químicas e, igualmente, com a crise da construtora Evergrande, lembra a economista, ainda não saiu do controle de Pequim.

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