Sem crise: resultado de Goldman Sachs coroa temporada segura para bancos nos EUA
Goldman Sachs desacelera menos que concorrentes e surpreende mercados (Imagem: Site/Goldman Sachs)
Os resultados trimestrais do 💥️Goldman Sachs (GS;GSGI34) surpreenderam o mercado de ações americano pela sua resiliência, contrariando a expectativa de que a instituição reportaria números semelhantes aos do seu concorrente direto, o 💥️Morgan Stanley, na sexta-feira (14).
Em razão da surpresa positiva, as ações do Goldman avançavam 2,77% no Nasdaq.
Entre julho e setembro, o Goldman Sachs teve um lucro de US$ 3,07 bilhões, uma queda anual de 43%, e uma receita de US$ 11,98 bilhões, 12% a menos do registrado no ano passado. Apesar da piora das margens de lucro, o resultado é melhor do que o consenso dos analistas.
Mas o número que encheu mesmo os olhos dos investidores foi o lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) reportado pela instituição: US$ 8,25, bem acima do consenso de US$ 7,75, superando o retorno de seus concorrentes diretos.
Segundo Guilherme Zanin, assessor da corretora Avenue, era esperado que o crescimento do banco, que depende fortemente de sua divisão de ofertas públicas (IPOs, na sigla em inglês) e novos negócios, apresentasse já alguma sangria com a elevação dos custos de capital, mas “houve uma compensação forte pela área de trading e aumento de crédito”.
Zanin avalia que os resultados divulgados mostram o Goldman em boa forma para enfrentar os ventos contrários da economia americana. No ano, os papéis da banco perdem 15%, contra 25% do índice KBW Bank da Nasdaq, que capta a performance das instituições financeiras.
Para frente, o desafio do Goldman é aumentar a sua relação patrimonial, que hoje está atrás de outros concorrentes como o 💥️Citi Group. Zanin diz que, segundo fontes internas do Goldman Sachs, esse é o objetivo que a instituição pretende alcançar com a reorganização societária e a fusão de divisões de serviços anunciadas hoje mais cedo.
Menos foco em crescimento, mais foco em eficiência operacional
Descontada a frustração com o Morgan & Stanley, os resultados dos bancos nesse terceiro trimestre se mostraram mais positivos do que o esperado, relaxando o pessimismo que tem travado a performance dos mercados e mostrando mais uma vez a velocidade com que muda o temperamento dos investidores.
Na opinião de Paulo Albuquerque, analista CNPI-P e sócio da Quantzed, a pressão sobre os resultados das instituições financeiras se devia à incerteza sobre o papel da oscilação das taxa de juros americana em 2022.
O temor era de que a velocidade e a magnitude do aperto monetário poderiam tirar espaço de reação dos bancos, que perderiam com a redução de valor dos títulos nas carteiras. No entanto, os resultados até agora mostraram que as instituições “conseguiram aumentar o volume em empréstimos e repassar os aumentos de juros (spread), apontando poder de reação do setor”, diz Paulo.
O diagnóstico é compartilhado por Guilherme Zanin, que avalia que os resultados dos bancos não são indicativos de uma crise, mas sim de uma “nova fase” para as instituições, com menor foco em crescimento e maior atenção à eficiência operacional.
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