Bolsonaro ou Lula: Quem se beneficia com transporte gratuito nas eleições?
STF autorizou transporte público gratuito no dia das eleições em segundo turno. Prefeitos podem ou não acatar medida (Imagem: Ag. Brasil/Rovena Rosa)
A gratuidade do 💥️transporte público em 30 de outubro, data do segundo turno das 💥️eleições, pode reduzir a taxa de 💥️abstenção, que foi recorde no primeiro pleito. Pensando no aumento de eleitores comparecendo às urnas, o presidente 💥️Jair Bolsonaro (💥️PL) ou o ex-presidente Luiz Inácio 💥️Lula da Silva (💥️PT) podem tirar vantagem com a medida na corrida por voto a voto.
Nesta semana, o ministro do 💥️Supremo Tribunal Federal (💥️STF), Luís Roberto 💥️Barroso, autorizou que prefeituras e concessionárias ofereçam o serviço voluntariamente, sem que isso configure crime eleitoral.
Ainda de acordo com a decisão, será possível também oferecer linhas especiais para regiões mais distantes dos locais de votação. Ônibus escolares poderão ser utilizados pelos municípios para este fim.
Barroso atendeu ao pedido da 💥️Rede que, entre os argumentos apresentados, solicitou o cumprimento da 💥️Lei 6091/1974, que garante a requisição de transporte nas 💥️zonas rurais. A lei foi editada durante a 💥️ditadura militar e dispõe sobre o fornecimento gratuito de transporte em dias de eleições para eleitores.
Impacto do transporte na taxa de abstenção
Apesar da determinação do STF, prefeitos de capitais como 💥️São Paulo (💥️SP) e 💥️Belo Horizonte (💥️MG), anunciaram que não irão disponibilizar transporte gratuito aos eleitores.
Em nota, a prefeitura da capital paulista disse que apenas aumentará a frota de ônibus na data da eleição, repetindo a medida adotada no primeiro turno. Já a capital mineira declarou que não haverá transporte gratuito.
O cientista político e diretor do 💥️Instituto Brasilis, Alberto Carlos Almeida, comenta que prefeitos têm direito em acatar a determinação do STF, mas não o dever, já que a lei é facultativa.
“O transporte gratuito faz diferença. Justificar e pagar a multa de não comparecimento [à 💥️zona eleitoral] sai mais barato do que uma família de três, quatro pessoas, por exemplo, pagar a passagem para ir votar”, avalia Almeida, acrescentando que a medida pode ter impacto na taxa de 💥️abstenção de votos. “É uma novidade [nas eleições] o transporte gratuito”, diz.
Segundo o cientista político, há estatísticas mostrando que, no primeiro turno, municípios próximos ou vizinhos em que um cedeu transporte e o outro não cedeu, o município que disponibilizou transporte gratuito teve uma taxa de abstenção significativamente menor.
“Imagino que governadores do 💥️Nordeste, em sua maioria alinhados à candidatura do ex-presidente Lula, devem articular com a maioria dos prefeitos para que haja transporte gratuito. O mesmo vale em 💥️Santa Catarina, estado onde o presidente Bolsonaro tem uma grande vantagem sobre a candidatura do PT”, observa.
Abstenção recorde no 1º turno das eleições
No primeiro turno das eleições, a 💥️abstenção foi recorde ao atingir a taxa de 20,95%, segundo o 💥️Tribunal Superior Eleitoral (💥️TSE), o equivalente a pouco mais de 32,7 milhões de eleitores. 💥️Rondônia foi o estado que registrou a maior fatia de abstenções, de 24,65%, seguido do 💥️Mato Grosso, com taxa de 23,38%. Nesta eleição, 156,4 milhões de brasileiros estavam aptos para votar, de acordo com TSE.
Em 2018, última 💥️eleição presidencial, a taxa de abstenção ficou em 20,33% no primeiro turno, com 29,9 milhões de eleitores fora das urnas. Na segunda etapa, ela chegou a 21,29%, o que representa 31,4 milhões de brasileiros.
Segundo levantamento do jornal 💥️✅“Valor Econômico”, dos 64 municípios que adotaram o “passe livre” no primeiro turno, em 2 de outubro, 11 deles mostraram abstenção menor do que em 2018.
Além disso, entre os 64, há dez capitais que disponibilizaram o transporte público. Três delas registraram queda na abstenção. Entretanto, 16 capitais e o 💥️Distrito Federal não cederam transporte gratuito e desse total, a abstenção aumentou em 13.
Bolsonaro e Lula: quem será beneficiado?
Após o primeiro turno, em entrevista ao 💥️Money Times, o cientista político e sócio da 💥️Tendências Consultoria, Rafael Cortez, comentou que a taxa de abstenção mais elevada ajuda o primeiro colocado na disputa, no caso o ex-presidente Lula.
O petista levou a melhor no primeiro turno, tendo 48,43% dos votos válidos. “Fica mais difícil para o presidente Jair Bolsonaro [PL] captar esses votos” Bolsonaro alcançou 43,20%.
Agora, com a medida do STF, ele pondera que a gratuidade do transporte seja um benefício direto a uma ou a outra candidatura, uma vez que as campanhas de Bolsonaro e de Lula têm a preocupação de reduzir a abstenção.
“De um lado, o ex-presidente Lula perdeu o apoio que estava indicando nas pesquisas e que, eventualmente, não foi votar. Por outro lado, o presidente Bolsonaro precisa aumentar o estoque de votos para ter maior oportunidade de fazer a virada no segundo turno”, destaca.
Cortez reforça que, diante de um quadro de muita competitividade e de uma eleição muito disputada, como tem mostrado as pesquisas de intenção de votos, a taxa de abstenção é um elemento relevante.
“Apesar da variação da taxa [de abstenção] entre o primeiro e segundo turno se mostrar controlada, baseada nas últimas eleições. Não se trata de um crescimento muito expressivo. De qualquer forma, o cenário eleitoral segue condicionado à taxa de comparecimento [às urnas]”, acrescenta.
✅💥️Prêmio Os + Admirados da Imprensa!
✅O Money Times é finalista em duas categorias do Prêmio Os + Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças. O site concorre na categoria Canais Digitais e com o jornalista Renan Dantas na categoria Jornalistas Mais Admirados. 💥️Deixe seu voto aqui!
O que você está lendo é [Bolsonaro ou Lula: Quem se beneficia com transporte gratuito nas eleições?].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments