Oi (OIBR3) pode enfrentar fuga de investidores com grupamento de ações?
Oi pode acabar perdendo uma parcela de seus investidores com o grupamento de ações, avalia analista (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)
A 💥️Oi (💥️OIBR3;💥️OIBR4) viveu dias turbulentos na Bolsa nos últimos dias. A notícia de que o conselho de administração aprovou um 💥️grupamento de ações na proporção de 50 papéis para um foi mal recebido pelos investidores.
Nos três pregões seguintes ao anúncio, os papéis ordinários da Oi caíram forte, chegando a acumular nessas sessões um tombo de 27,7%.
Nesta segunda-feira (24), 💥️OIBR3, recuou 3,85%, a R$ 0,25. Já os papéis preferenciais perderam 6,15%, cotados a R$ 0,61 cada.
Efeito psicológico
Gabriel Garcia, da 💥️Guide Investimentos, avalia que a Oi pode perder uma parcela de seus investidores com o grupamento de ações, até porque a liquidez vai diminuir.
“Acaba sendo um pouco mais difícil para vender ações. Pode afastar os investidores pessoas físicas”, comenta o analista.
Garcia destaca, porém, que é só uma impressão negativa do mercado, uma vez que os fundamentos da tese de investimento da companhia não mudam.
O analista avalia que a proporção de 50 ações para uma é boa, embora acredite que poderiam ter feito uma proporção menor em questão de liquidez, favorecendo investidores maiores.
“Talvez queiram posicionamento mais fixo de investidores ficando no papel”, diz o analista.
João Abdouni, analista da 💥️Inv, também levanta a possibilidade de ocorrer um efeito psicológico de que as ações ficarão caras e, por conta disso, investidores podem começar a vender para derrubar os papéis.
Em comentário enviado a clientes, a Guide calculou que a ação da Oi pode ir a R$ 18 com o grupamento, considerando o fechamento de segunda-feira passada (17).
Na prática, o acionista que tiver Oi na carteira não sofrerá mudanças, já que a empresa reduz o número de ações no mercado, mas o capital social continua o mesmo.
Após o grupamento, a Oi passará a contar com 132 milhões de ações em circulação (de 6 bilhões), sendo 128,9 milhões ordinárias e 3 milhões preferenciais.
Solução dos problemas para a Oi?
Agrupar ações é uma prática comum para empresas (normalmente em recuperação judicial) com ações valendo centavos.
Companhias com papéis negociados abaixo de R$ 1 precisam encontrar uma solução para se adequar às regras da 💥️B3 (💥️B3SA3), já que a ação não pode passar de 30 pregões seguidos valendo menos que R$ 1.
A ideia é evitar oscilações bruscas no mercado, visto que, a cada um centavo que ganham ou perdem, as “penny stocks” sobem ou caem forte.
Garcia, da Guide, diz que o grupamento chega para atender essa necessidade da Oi de elevar o valor de suas ações, mas reforça que, mesmo com o reajuste de preços, os fundamentos não vão mudar.
“É mais questão de operações, de continuarem otimizando a estrutura, que já está em processo de andamento. A tendência não mudará tanto com o grupamento”, diz o analista.
Heitor de Nicola, especialista de renda variável da 💥️Acqua Vero Investimentos, ressalta que o grupamento resolve o problema do preço baixo da ação, mas não impede que o ativo volte a cair após a operação.
Ele cita como exemplo a 💥️Saraiva, que agrupou seus papéis no fim do ano passado na proporção 35 para um e, em movimento semelhante ao que foi visto com a Oi, despencou na Bolsa logo após o anúncio.
“Já vimos isso acontecer anteriormente com empresas como a Saraiva, por exemplo”, lembra.
“No caso da recuperação judicial, no momento, nada muda. O processo segue com o impasse do valor a ser pago pelas demais empresas envolvidas na compra dos ativos móveis da empresa”, completa o especialista.
Na semana passada, a Justiça não aceitou o pedido de suspensão de liminar apresentado pelo consórcio formado por 💥️Vivo (💥️VIVT3), 💥️Claro e 💥️TIM (💥️TIMS3), determinando que seja realizado o depósito em juízo de R$ 1,52 bilhão aplicado no início do mês pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
O montante é parte do pagamento relativo à compra pelas três operadoras dos ativos de telefonia móvel da Oi, no valor total de R$ 16,5 bilhões.
“Se o papel [da Oi] continuar a cair, é mais provável que isso seja atrelado aos fundamentos do que ao grupamento em si”, conclui Nicola.
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