Ibovespa segue sem alívio em meio à escalada da tensão eleitoral
Ibovespa segue sem ter nenhuma sessão de alta na semana que antecede o domingo de eleições e a escalada da tensão eleitoral mantém a cautela nos negócios (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)
O Ibovespa segue sem ter nenhuma sessão de alta nesta semana que antecede o domingo de eleições, após cair forte ontem pelo terceiro pregão seguido. E o clima de cautela tende a seguir elevado nesta quinta-feira (27), em meio à escalada da tensão eleitoral e aos resultados decepcionantes das big techs em Nova York.
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de rejeitar o pedido da campanha de Bolsonaro na questão da propaganda em emissoras de rádio torna preocupante o caminho que o embate está tomando. Afinal, se não houve fraude eleitoral, a denúncia pode se tornar crime, caso fique comprovado que houve uma tentativa de tumultuar o pleito.
Seja como for, a disputa acirrada entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) combinada com o clima de polarização que divide o país deixa dúvidas sobre o que esperar após o resultado oficial das urnas. O receio é de que haja contestação, em uma versão mais agressiva do que se viu em 2014.
Portanto, diante dessa situação delicada, há um risco institucional, ao menos de curto prazo. E isso inibe qualquer expectativa de recuperação da bolsa brasileira. Ao contrário, os investidores devem estar preparados para muita tensão até amanhã, sem chances de um alívio & inclusive no 💥️dólar, que ontem fechou no maior valor em quase um mês.
Ibovespa também balança com exterior
Ainda mais diante do menor apetite por risco visto nos mercados internacionais, em meio à decepção com a temporada de resultados. Depois da frustração com a Alphabet, dona do Google, ontem à noite foi a vez da Meta, do Facebook. As ações da empresa de Mark Zuckerberg tombaram 20% no pré-mercado nesta manhã.
E não é apenas em Nova York que a safra de balanços está mais fraca. O Credit Suisse reportou prejuízo bilionário no terceiro trimestre deste ano, levando as ações à lona, com queda de 15% na Europa. Dada a importância e conectividade do banco suíço ao sistema financeiro global, essas perdas não devem passar despercebidas no mercado.
De um modo geral, Wall Street e o Euronext tentam precificar uma recessão das economias norte-americana e europeia através do desempenho das empresas. A expectativa é de uma postura mais suave (“dovish”) por parte do Federal Reserve e do Banco Central Europeu (BCE) no ritmo de alta dos juros para combater a inflação.
Mas essa perspectiva é pouco condizente com a realidade. O BCE deve anunciar hoje uma nova alta de 0,75 ponto percentual (pp) nas suas taxas referenciais, ao passo que a aposta para a reunião do Fed em novembro prevê um quarto aumento consecutivo nessa magnitude. Já o 💥️Comitê de Política Monetária (Copom) manteve ontem a Selic em 13,75% pela segunda vez seguida.
Mas a decisão foi realmente o não-evento do dia. Com isso, para hoje, o destaque fica sendo os balanços da 💥️Ambev, antes da abertura, e da 💥️Vale, após o fechamento do pregão. A mineradora deve entregar a meta de produção de 💥️minério de ferro para o ano.
O problema é que o consumo da 💥️China pela 💥️commodity metálica já não é mais o mesmo, em meio à transição verde da economia do país. Tanto que o preço do metal caiu hoje ao nível mais baixo desde 2023, em meio à demanda fraca.
A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h40:
EUA: os futuros do Dow Jones subia 0,33%; o do S&P 500 tinha leve alta de 0,08%; enquanto o Nasdaq caía 0,39%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,46%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,75%; a de Paris perdia 0,79%, mas a de Londres avançava 0,30%;
Câmbio: o índice DXY crescia 0,38%, a 110.11 pontos; o euro caía 0,52%, a US$ 1,0034; a libra cedia 0,61%, a US$ 1,1557; o dólar oscilava com -0,01% ante o iene, a 146,37 ienes
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,079%, de 4,006% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,453%, de 4,420% na sessão anterior.
Commodities: o futuro do ouro caía 0,22%, a US$ 1.665,50 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,42%, a US$ 88,28 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,37%, a US$ 94,13 o barril; o minério de ferro para janeiro fechou em queda de 2,16% em Dalian (China), a 656,50 yuans.
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