Bancos foram penalizados no 3T22; veja o que os balanços dizem sobre a economia brasileira

Bradesco

O banco Bradesco (BBDC4) sofreu mais com a inadimplência do que seus pares. (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

Nesta semana se encerra a temporada de balanços do terceiro trimestre das empresas listadas no índice 💥️Ibovespa (💥️IBOV) e os resultados mistos foram marcados por um trimestre de altas taxas de 💥️juros e deflação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (💥️IPCA).

Nos meses de julho, agosto e setembro, a 💥️inflação caiu um total de 1,33% – influenciada pela redução na tributação sobre 💥️combustíveis, mas com fortes pressões inflacionárias sobre os 💥️serviços.

Lana Santos, especialista de Renda Variável da Acqua Vero Investimentos, destaca que o setor bancário foi penalizado por esse cenário.

Com os altos juros encarecendo o custo do 💥️crédito, aumentou o número de clientes inadimplentes, prejudicando os resultados frente ao mesmo trimestre de 2023.

“Um exemplo disso foi o banco 💥️Bradesco (💥️BBDC4), que com grande capilaridade no atendimento à pessoa física, sofreu mais com a inadimplência do que seus pares. A ação chegou a cair 17,38% após a divulgação dos resultados”, afirma.

No mês passado, a inadimplência entre os brasileiros alcançou o recorde de 30,3%, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). E, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), a taxa de inadimplência do💥️ cartão de crédito chegou a 7,3% em setembro.

Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos e especialista em fundos de investimento, publicou em seu Twitter que não existe “termômetro melhor para economia do que inadimplência e provisão de bancos”.

Não sou analista e nem especialista em ações e no setor financeiro, mas o resultado do Bradesco pode trazer algumas inferências importantes para o cenário. Acho que não tem termômetro melhor para economia do que inadimplência e provisão de bancos no Brasil.

— Dan Kawa (@DanKawa2) November 9, 2022

O lucro do BB ficou muito acima do esperado, o que deve consolidar a tese de que o caso do Bradesco foi uma questão isolada em termos de administração e nicho de mercado em que atua. Contudo, a mesma tendência macro de aumento de NPL e inadimplência pode ser vista no BB (BTG): https://t.co/rDJ0IbRSb4 pic.twitter.com/PIOyhnetdX

— Dan Kawa (@DanKawa2) November 10, 2022

Outros setores

Lana destaca que o setor de shoppings e construção apresentaram resultados sólidos, demonstrando a recuperação dos dois setores muito penalizados com a pandemia.

Já o varejo apresentou resultados mistos. “Companhias como 💥️Via (💥️VIIA3) e 💥️Americanas (💥️AMER3) mostraram resultados aquém do esperado, com a pressão inflacionária sobre itens de vestuário marcando um trimestre desafiador”, afirma

Por outro lado, as empresas mais voltadas ao varejo de alta renda, como 💥️Arezzo (💥️ARZZ3), apresentaram números mais fortes, com recuperação rumo aos números pré-pandemia.

Com isso, os resultados do trimestre mostram que a temática da pressão inflacionária sobre serviços e, consequentemente, uma taxa de juros mantida em altos patamares, marcou a performance das companhias no período.

“Modelos de negócio menos sensíveis à inflação, com melhores margens e diversificação de fontes de receita, se saíram melhor. O mercado, ainda muito avesso ao risco, reagiu com grande volatilidade a essa temporada de resultados”, aponta a economista.

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