Com Gussi, da Unica, na transição de Lula, etanol sobe contrariando pressão baixista na semana
Preço da bomba não reflete falta de competitividade do etanol (Imagem: Money Times/Gustavo Kahil)
A confirmação do CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Evandro Gussi, para a equipe de transição do governo, ocorrida na quarta, deu moral para o mercado dar uma puxada nos preços do etanol hidratado, que deve se repetir nesta quinta (17), quando deveria estar em sentido oposto.
Foi mais visível nas distribuidoras a valorização, mas há informações de que as usinas ofertaram preços pouco acima, igualmente, contrariando, inclusive tendências que apontavam para pressão.
Alguns analistas do setor confirmam essa impressão, entre os quais Paulo Strini, do Grupo Triex, comercializadora de biocombustíveis.
Fica a expectativa de que a participação de Gussi, próximo ao “GT [grupo temático] Minas e Energia”, possa influir para a volta da cobrança do PIS/Cofins sobre os combustíveis, zerados por Bolsonaro, que deram maior competitividade à gasolina.
Além da defesa do setor, que ele representa, em relação ao RenovaBio.
A Unica e todos os agentes da cadeia, de Norte a Sul, criticaram o governo por não cumprir as metas estabelecidas do RenovaBio, como a postergação da comprovação de aquisições, para 2023, dos Créditos de Descarbonização (CBios), por parte das distribuidoras.
O mercado esperava baixa nas distribuidoras nesta semana, uma vez que os postos ainda carregam estoques e preços mais altos pagos a elas.
As grandes revendedoras, segundo Martinho Ono, da SCA Trading, fizeram movimentos de compras expressivos na semana do segundo turno. E pagaram valores mais altos nas usinas, tanto que litro subiu 7% de 31 a 4 de novembro na usina, segundo o Cepea.
O presidente não se reelegeu, as estradas foram paralisadas por cerca de quatro dias e ainda há agitação dos descontentes, pela vitória de Lula, nas portas dos quartéis, sem clima político para que a Petrobras (PETR4) reajustasse a gasolina, pelo menos até sexta passada, quando o barril fechou em US$ 95.
Mais, ainda, diz Ono, a paridade frente à gasolina já passou em 75% dos preços e não sentiu a baixa nas fábricas de 1,17% do dia 7 a 11.
Mas, agora, há o efeito Gussi, inclusive com o petróleo derretendo nesta quinta (17) a US$ 90, em menos 3%.
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