Fed entrega juros americanos acima de 4% em aperto mais restritivo da última década

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Fed conduziu maior aperto monetário em mais de uma década Imagem: Flickr/Federalreserve)

Era julho de 2023 quando 💥️Janet Yellen, a secretária de Tesouro do governo 💥️Biden, endereçou um tímido avanço de preços na economia americana. “Eu acredito que continuaremos vendo uma inflação mais alta ao longo do ano, por volta dos 3%. Mas entendo que isso [a inflação] representa fatores temporários”.

E Yellen não estava só. 💥️Jerome Powell, o presidente do 💥️Federal Reserve, e a maioria dos dirigentes do BC americano pareciam convictos de que os choques de oferta originados pela pandemia iriam desaparecer eventualmente, devolvendo o equilíbrio dos mercados.

Para o dissabor das autoridades, não foi o que aconteceu. De julho de 2023 até fevereiro de 2022 o índice de preços ao consumidor (💥️CPI, na sigla em inglês) registrou sete altas consecutivas, acumulando uma inflação de 7,9% até aquele momento.

A falta de matéria-prima disponível e a desorganização das cadeias de valor comprometeram o sonho americano da casa da própria para milhões de americanos, que também viram o preço dos aluguéis e dos veículos subirem vertiginosamente.

Foi nesse contexto que o 💥️Federal Reserve inaugurou o aperto monetário, aumentando em 0,25 ponto-percentual (pp.) a taxa básica de juros, encerrando uma década de neutralidade monetária.

O fim dos juros neutros

O aumento de 0,25 pp., anunciado em março, nasceu defasado, à medida que a eclosão da guerra na Ucrânia e o seu impacto nos mercados de energia e alimentos, cerca de quinze dias antes da decisão, passariam a conferir um crescimento ainda mais acelerado da inflação nos meses seguintes.

De fevereiro a agosto de 2022, o 💥️CPI americano anotou seis novos avanços, levando ao pico de 9,1%, o patamar mais elevado desde 1981, quando o mundo enfrentava os efeitos do 💥️Segundo Choque do Petróleo.

Em meados de abril, a convicção de que a inflação seria transitória havia se esfacelado e sinais de incêndio foram soados por toda a economia americana.

As primeiras vítimas a caírem foram os mercados de risco, sensíveis à curva de juros e ao aumento do custo do capital.

Os três índices acionários principais de 💥️Nova York entraram em ciclos de baixa e assumiram perdas que, no caso do 💥️Nasdaq, superam 30% no ano. Do outro lado, os títulos da dívida pública americana viram seus melhores rendimentos em mais de uma década.

A perspectiva de que o Fed elevaria o tom contra a inflação se confirmou a partir de maio, quando a autoridade fez um aumento de 0,50 ponto-percentual. Depois disso, quatro novos aumentos de 0,75 pontos-percentuais, referentes as reuniões de junho, julho, setembro e novembro, foram anunciados.

O ciclo de aperto monetário ainda recebeu uma última atualização de 0,50 ponto-percentual na reunião de dezembro, elevando a taxa básica dos Estados Unidos na faixa de 4,25-4,50% — o maior patamar desde a crise financeira de 2008.

Fed e o pouso suave

A persistência da inflação em níveis “inaceitáveis”, como qualificou, inclusive, o Fed. nos diversos comunicados deste ano, e a consequente elevação dos juros acabou fomentando uma outra questão: a economia americana teria condições de suportar os solavancos de um aperto monetário sem que uma recessão aconteça?

Foi então que o termo ‘pouso suave’ começou a ganhar tração entre jornalistas, analistas financeiros e entre os próprios dirigentes do Fed, transformando-se em um debate permanente.

Críticos de 💥️Jerome Powell alertam que a autoridade monetária foi muito leniente com o avanço inicial da inflação e que a súbita elevação dos juros, com direito à quatro aumentos de quase 100 pontos-base, tornará quase inevitável a recessão em 2023.

Para outros, a janela para uma desaceleração controlada da economia ainda está aberta. Corroboraria a tese o aquecidíssimo mercado de trabalho americano, que, mesmo com o avanço dos juros, apresentou um ritmo expansivo ao longo de 2022.

Diferente do Banco Central do Brasil, o mandato duplo do 💥️Federal Reserve o torna responsável não só pelo combate à inflação como também pela geração de emprego pleno, de maneira que a política monetária deve atender, necessariamente, ambas as questões. Hoje, a taxa de desocupação dos EUA está em 3,7%.

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