Real Digital para atacado e stablecoin para varejo, afirma diretor do BC
Araújo explica que o token de real da população e das empresas será um passivo do banco do cliente (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O real digital, a 💥️CBDC do Brasil, deverá valer apenas para grandes transações dos bancos no atacado, conforme revelou Fabio Araujo & diretor do Banco Central do Brasil. Já para o varejo, ou seja, população em geral, a CBDC será uma 💥️stablecoin emitida por instituições financeiras e lastreada na CBDC do atacado.
Em matéria do Jornal Valor Econômico, Araújo explica que o token de real da população e das empresas será um passivo do banco do cliente & mesmo mecanismo do dinheiro na conta corrente (depósitos à vista) e os CDBs, usados no 💥️Pix.
Caso essa instituição venha a quebrar, o consumidor fica sujeito às regras de ressarcimento do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que hoje é limitado a R$ 250 mil.
Com a stablecoin do banco destinado ao varejo, o cliente poderá acessar além dos serviços de sua instituição financeira, os serviços dos demais participantes da rede de contratos inteligentes do Banco Central.
“Na prática, pouca gente sentirá diferença nos benefícios entre os dois tipos de tokenização, como automação e fracionamento de ativos para uso como garantias (depósito em um banco poderá garantir empréstimo em outro, por exemplo). Operacionalmente e dos pontos de vista jurídico e de segurança cibernética, porém, as consequências do caminho escolhido pelo Brasil são relevantes”, explicou ao Valor Econômico.
A ideia, conforme o diretor do BC, é de que, caso o usuário perca seus fundos, em determinados casos como hacks, a responsabilidade pode ser atribuída ao banco e o cliente deverá ser ressarcido integralmente.
“Isso porque é papel do banco fazer o reconhecimento da identidade do cliente, seja a partir de biometria, senhas e inteligência artificial”, afirmou.
💥️Diferente do PIX
“Como se garante que R$ 1 em depósito bancário vale uma nota de R$ 1? É a mesma estrutura regulatória, com as mesmas exigências de capital, que serão transpostas para os depósitos tokenizados. É só uma maneira diferente de registrar”, disse Araujo.
Fabio Araujo também ressaltou a diferença entre o Real Digital e o PIX. Conforme diz, o cliente terá acesso a uma nova economia baseada em contratos inteligentes e internet das coisas (IOT).
“Por exemplo, toda vez que um veículo passar por um pedágio, o token (stablecoin do Real Digital emitida pelo Banco) com o valor correspondente à tarifa será transferido da carteira digital do carro (veículos e demais objetos conectados poderão iniciar pagamentos) para a concessionária. Hoje, isso já ocorre, mas por meio das gestoras de tags, que poderão ser dispensadas desse serviço”, disse.
A primeira versão do Real Digital, ainda está em ambiente de testes, e está programada para ser emitida este ano. Já uma primeira versão pública, ainda restrita, deve ocorrer no próximo ano, segundo o BC.
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