Covenants: O que são e qual é a ligação com o rombo de R$ 20 bilhões da Americanas (AMER3)
Inconsistências da 💥️Americanas envolvem risco sacado e aumento da dívida para evitar covenants contratuais (Créditos: Shutterstock)
Depois que a 💥️Americanas (💥️AMER3) anunciou o rombo contábil de R$ 20 bilhões na última quarta-feira (11), Sergio Rial, ex-CEO da companhia, apontou que as inconsistências se relacionam com o “risco sacado” da empresa.
O risco sacado é “a presença do banco na estrutura de financiamento na conta Fornecedor da empresa”, aponta o economista em vídeo, esclarecendo algumas perguntas sobre o episódio.
A Genial Investimentos avaliou em relatório que as negociações em risco sacado realizadas pela 💥️Americanas repassam a responsabilidade do pagamento a fornecedores para instituições financeiras, o que, por sua vez, reduziria a conta de fornecedores no passivo, que teve seu valor declarado no balanço do terceiro trimestre de 2022 da companhia em R$ 5 bilhões.
Segundo Rial, o risco sacado é particularmente importante em empresas com margens mais estreitas, porque “pode induzir a dívida bancária, que passa a ser caracterizada como conta Fornecedor”.
Nesse sentido, o ex-CEO avalia que o risco sacado não era lançado como dívida na folha da 💥️Americanas.
“Ao não declarar em integralidade os saldos das operações, a companhia subestimou em seu balanço o tamanho do endividamento, que tinha um valor declarado de R$ 20,8 bilhões”, explicam os analistas da Genial.
Escapando de mais empréstimos
Uma das vantagens por optar negociar valores em risco sacado e se expor ao risco da 💥️Americanas é evitar ✅covenants contratuais.
✅Covenants são termos de garantia em contratos de financiamento ou empréstimos de grandes valores, como os realizados entre a 💥️Americanas e os bancos credores.
Os contratos determinam obrigações que não podem ser descumpridas pelos devedores. Caso contrário, o credor pode executar a dívida antecipadamente.
Atualmente, a 💥️Americanas mantém uma alavancagem de quase 4x (excluindo IFRS 16), o que é considerado um patamar alto em “condições normais”, conforme avaliam os analistas da Genial.
“Uma reprecificação do balanço poderia estourar os ✅covenants [descumprindo o acordo de garantia], aumentar consideravelmente a alavancagem financeira da companhia, forçando a negociação com os debenturistas, o que possivelmente causaria a rolagem da dívida a taxas maiores e um severo rebaixamento de ✅rating das agências de crédito”, explicam.
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