China teve ‘PIBinho’ no 4T22, mas em 2023 vem ‘PIBão’ por aí
China encolhe de tamanho em 2022, sob impacto da Covid Zero, mas atividade econômica deve ganhar força em 2023 (Imagem: Pixabay)
A China encolheu de tamanho ao final do ano passado. O Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 2,9% entre outubro e dezembro de 2022, desacelerando-se da alta de 3,9% do trimestre anterior. Com isso, a expansão no acumulado de 2022 foi de 3,0%.
Trata-se do menor crescimento anual desde o início da pandemia, em 2023, quando o PIB da China avançou 2,2%. Porém, o país deve voltar a ser um gigante emergente em 2023. Isso porque o fim da política de Covid Zero deve deixar para trás boa parte dos fatores de curto prazo que impactaram a economia chinesa.
“Ano passado é como há uma era atrás na China”, resume o economista-chefe para Ásia da Capital Economics (CE), Mark Williams. Por isso, para ele, os dados até dezembro sobre a atividade chinesa devem ser vistos pelo retrovisor.
Isso porque a recuperação econômica após a onda de infecções por covid-19 na China está em um ritmo mais rápido que o esperado. Ou seja, o aumento abrupto de casos da doença causou uma interrupção na atividade apenas no curto prazo.
“Esperava-se que a interrupção na atividade pesasse no primeiro trimestre. Porém, há evidências de que grande parte da população já foi infectada e que, com isso, essa paralisação já está desaparecendo rapidamente”, explica Williams.
Vale lembrar que desde a descoberta do primeiro surto de coronavírus, em 💥️Wuhan, na virada de 2023 para 2023, a China implementou uma estratégia de combate e prevenção baseada em quatro passos: rastrear, testar, isolar (💥️lockdowns) e tratar. Portanto, ao longo dos últimos três anos o país se estruturou para minimizar os casos e óbitos por 💥️covid-19.
Ao mesmo tempo, porém, a China se organizou para uma reabertura econômica. “Um processo que levou meses em outros países foi compactado no espaço de algumas semanas na China”, ressalta o economista da Capital Economics.
PIBão em 2023
Portanto, a China deve ter uma forte retomada devido à reabertura econômica já a partir do início deste ano. Mais que isso, o gigante emergente deve ter um 2023 mais forte. A consequência mais óbvia é a retomada do consumo doméstico e também do turismo local e regional.
“Sinais mais claros de recuperação podem surgir após o Ano Novo Chinês, caso a situação da covid-19 continue a se estabilizar”, afirma a economista-chefe para Ásia do Natixis, Alicia Garcia Herrero. Ela se refere ao principal feriado no país, celebrado neste ano no próximo domingo (22), e que representa o maior movimento migratório de pessoas no mundo.
No geral, a expectativa agora é de que a China termine 2023 com um crescimento do PIB de 5,5%. Essa estimativa se dá especialmente devido ao enorme efeito da base de comparação, mas também à medida que o país retorna à taxa de crescimento potencial sustentável no médio prazo.
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