Mercados fazem pausa para recompor fôlego após Super Semana; vem trégua por aí?

Pomba

Mercados fazem pausa e tentam recuperar fôlego após Super Semana, mas investidores não devem ter trégua (Imagem: Unsplash/ Sneha Cecil)

Os mercados tiveram dias intensos na virada do mês. Sem tempo para respirar, os investidores acompanharam as decisões de nada menos do que quatro grandes bancos centrais & incluindo o brasileiro & e a volta aos trabalhos em Brasília

Mas a primeira semana cheia de fevereiro promete ser tão intensa quanto os dias que marcaram o fim do mês passado e o início deste, principalmente no Brasil. Enquanto lá fora o calendário econômico perde força; aqui está repleto de divulgações relevantes. 

Isso vale tanto para a temporada de resultados, com destaque para os “bancões” Itaú e Bradesco, quanto para os indicadores e eventos. Dados do IBGE sobre inflação (IPCA) e atividade (varejo e serviços), além da ata da reunião do Copom, recheiam a agenda ao longo dos próximos dias.

Mercados vivem duelos

Porém, nada disso deve desfazer o duelo nos mercados. Em Nova York, os investidores desafiam o tom duro (“hawkish”) do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, bem como os dados robustos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos (payroll) e mantêm as apostas de cortes nos juros ainda neste ano. 

Já na B3, a queda-de-braço se dá entre estrangeiros e residentes. De um lado, as declarações recorrentes do presidente Lula sobre metas de inflação, autonomia do Banco Central e nível elevado da taxa Selic soam como música para os ouvidos dos locais, mais pessimistas.

Além disso, a ausência de novidades sobre uma nova âncora fiscal impulsiona essa visão. Por outro lado, os “gringos” dançam ao ritmo do som (ruídos) vindos de Brasília e vão às compras na B3, conduzindo o Ibovespa. Aliás, esse ingresso de recursos externos tem pressionado o dólar para baixo, testando a marca de R$ 5,00.  

Ao mesmo tempo, uma sintonia fina entre governo e BC é essencial para estabilizar o mercado doméstico. A ver, então, se os dados e eventos desta semana ajustam as incertezas no cenário, que tende a seguir sob domínio da política.

Da mesma forma, uma harmonia entre Fed e Wall Street é fundamental para equalizar o desempenho dos ativos globais em uma mesma frequência. 

Afinal, o apetite dos estrangeiro pelo prêmio de risco no Brasil está muito ligado ao cenário global. Por ora, a perspectiva de que os EUA vão evitar a recessão e engatar um pouso suave é incorporada nos preços dos ativos. 

Mas essa visão continua com mais questões em aberto do que respostas & o Fed e o payroll evidenciam isso. Assim, pode ser o momento de preservar posições defensivas, à espera de um panorama mais concreto, tanto aqui quanto lá fora. 

Talvez até meados deste mês, que está apenas começando, após um janeiro longo, quase interminável. Ou seja, o início de 2023 não está nada fácil.

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