O impacto da crise da Americanas (AMER3) para os grandes bancos

Americanas

“O rumo das 💥️Americanas é uma incógnita, o case não me agrada. Em condições normais de mercado, a empresa caminha para o precipício”, diz o colunista (Imagem: Bloomberg)

A crise na 💥️Americanas (💥️AMER3) trouxe à tona a discussão sobre investimentos nos grandes bancos, que foram atingidos brutalmente pelos problemas financeiros da varejista.

Sua 💥️recuperação judicial envolve uma dívida de R$ 41,2 bilhões, sendo que, deste total, R$ 26,4 bilhões correspondem a débitos com 12 instituições financeiras.

Isso significa dizer que quase todas as grandes instituições financeiras são credoras de empréstimos para as 💥️Americanas.

Essa situação, naturalmente, causa preocupação entre os investidores desses bancos, especialmente porque o escândalo veio em um momento em que eles já enfrentavam ceticismo dos investidores por conta de fatores microeconômicos, como o aumento da inadimplência, e macro, na medida em que discussões políticas de temas como reforma tributária, independência do 💥️Banco Central e o papel dos bancos públicos na concessão de crédito diminuem a atratividade do setor.

Apesar de o débito ser bastante considerável e de todo o cenário macro que as instituições estão passando, não acho que o investidor deva evitar o setor. Os nossos grandes bancos são muito sólidos e já estão sendo penalizados pelo efeito 💥️Americanas. Daqui para a frente, todos vão absorver esse risco e seguir normalmente com suas operações.

Desta forma, mesmo tendo sido atingidos, o efeito 💥️Americanas não coloca o setor em risco.
Considero que o maior desafio para os bancos será a precificação correta para a oferta de crédito. As taxas de juros ainda altas e o crédito mais seletivo são o calcanhar de Aquiles para o crescimento da economia em 2023.

De todas as instituições financeiras, o 💥️Banco do Brasil (💥️BBAS3) é o que tem a menor exposição ao ‘risco Americanas’. Por conta dessa baixa exposição, ele sofreu menos nos últimos dias e pode ter um desempenho melhor ao longo desse ano.

Desde a descoberta das “inconsistências em lançamentos contábeis” estimado em cerca de R$ 20 bilhões, a 💥️Americanas viu suas ações derreterem no mercado acionário e enfrenta uma série de processos de investigação após o escândalo contábil reportado pela companhia no mês passado.

A empresa entrou com pedido de 💥️recuperação judicial, que foi aceito no mesmo dia pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do 💥️Rio de Janeiro. A empresa está no chamado ‘prazo de blindagem’, um período de 180 dias no qual todas as suas dívidas ficam suspensas.

Salvar a varejista é o principal objetivo neste momento e credores já se mostram abertos a tentar achar uma solução para o problema.

Representantes das instituições financeiras avaliam emprestar R$ 2 bilhões à empresa. O empréstimo poderia ser feito na modalidade DIP (debtor-in-possession, na sigla em inglês) e ajudaria a manter as operações da empresa.

Vale lembrar que este empréstimo é voltado para empresas em recuperação judicial, o que garante que esses credores passem na frente na fila de pagamentos.

O rumo das 💥️Americanas é uma incógnita, o case não me agrada. Em condições normais de mercado, a empresa caminha para o precipício. A não ser que seus sócios/controladores façam aportes bilionários, dificilmente veremos recuperação para a varejista.

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