Açúcar despenca: mercado cai na real com oferta da Índia e ignora qualquer alavanca do etanol

Açúcar Índia produção commodities agrícolas

Não há razão suficiente para imaginar a Índia não avançando a cota de exportações de açúcar (Imagem: REUTERS/ Rupak De Chowdhuri)

O etanol não está dando nenhum suporte aos preços do açúcar, nem no day trade de Nova York, nem no médio prazo.

A Índia vai acabar entregando mais açúcar e, aos poucos, anulando a vantagem que a alta do petróleo imprimiu em Londres nesta segunda (6), e, igualmente, a possível volta dos impostos sobre a gasolina no Brasil. Nem notícias dando conta de o governo indiano decidiu antecipar a mistura de 20% de etanol à gasolina servem de apoio.

Em ambos os casos, oferecem maior impulso de produção ao biocombustível e, por consequência, produção menor de açúcar.

O mercado vinha precificando a potencial oferta exportadora menor do país. Chegou ao pico de seis anos, beirando os 21,80 centavos de dólar por libra-peso, e vai deixando nesta segunda (6) menos 2,78%, a 20,65 c/lp no futuro de março, ao redor das 16 horas (Brasília).

Como a discussão sobre isso já serviu para manter os fundos especulativos atuantes, uma vez que a rigor os indianos testam, sempre nessa época, o anúncio de que a safra não será boa, agora Nova York vai devolvendo, reitera o analista Maurício Muruci, da Safras & Mercado.

Durante dias as cotações foram puxadas porque se falava – a partir de alertas das indústrias de alimentos indianas e da associação local das usinas (Isma) – que o país não excederia a cota de 6 milhões de toneladas em exportações, ante uma safra de cana que teria sido prejudicada pelo excesso de chuvas.

Mas o governo nunca acaba bloqueando as vendas, no máximo não estendendo subsídios fora cota, tamanho é poder político do setor. O ano passado, de 8 milhões/t, foi a 11,5 milhões/t.

Porém, como Muruci já lembrou antes aqui, com os picos das cotações, as vendas externas da Índia mais que se pagam sem ajuda do governo.

Agora, a safra caminha para o final, as 6 milhões/t já foram negociadas, e a safra brasileira do Centro-Sul está chegando, em bom volume, e com os botões sendo ligados já em março em um número considerável de indústrias.

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