Dólar avança com novas críticas do governo ao BC, receios fiscais e cautela sobre Fed
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,57%, a 5,1749 reais na venda (Imagem: Pixabay/geralt)
O 💥️dólar avançou frente ao real nesta segunda-feira, com novas tensões entre governo e 💥️Banco Central e mais acenos da administração 💥️Luiz Inácio Lula da Silva à expansão fiscal afastando investidores do risco, em meio ainda a temores sobre a trajetória de aperto monetário do 💥️Federal Reserve.
A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 0,57%, a 5,1749 reais na venda, nível de encerramento mais alto desde 23 de janeiro (5,1993).
Segundo Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, investidores se mostraram desconfortáveis com novas críticas do governo ao Banco Central, 💥️depois que Lula classificou nesta segunda-feira de “vergonha” a explicação do 💥️Comitê de Política Monetária (Copom) para o atual patamar da taxa de juros e pediu que a classe empresarial e a sociedade reclamem do nível da taxa Selic.
Lula e membros de sua administração têm criticado de forma recorrente a taxa de juros elevada, atualmente em 13,75%, e a independência do BC. Uma Selic alta beneficia o real ao torná-lo atraente para estratégias de investimento que lucram com diferenciais de juros entre economias, mas tende a restringir a atividade econômica, o que joga contra a agenda desenvolvimentista do governo.
O mercado, por outro lado, teme uma postura mais leniente do governo com a inflação, com a avaliação de que a escalada de preços também é um obstáculo ao crescimento da 💥️economia.
A pauta fiscal também colaborou para a cautela no mercado doméstico nesta segunda-feira, depois de duas fontes terem dito no sábado que o governo Lula estuda aumentar a isenção do 💥️Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até dois salários mínimos este ano.
Uma isenção mais ampla representaria uma renúncia de receita muito maior em um momento em que a equipe econômica busca reduzir o forte déficit primário esperado para 2023 e sinalizar disciplina fiscal.
A valorização do dólar frente ao real também veio em linha com o fortalecimento da divisa no exterior frente à maioria de seus pares, diante da redução de esperanças de que o banco central dos Estados Unidos poderia encerrar seu atual ciclo de aperto monetário com juros abaixo de 5% na esteira de dados de sexta-feira que mostraram forte abertura de vagas de trabalho no país.
Após a divulgação do relatório de emprego norte-americano, o 💥️Citi disse em relatório que cortou sua exposição a risco no mercado de câmbio da💥️ América Latina.
“Neste estágio, a narrativa dominante do ano de um pico iminente do Fed provavelmente está em risco… Apostas vendidas em dólar têm sido uma estratégia de consenso maior do que o retorno de taxas (dos EUA)… Com a virada da narrativa do mercado, as posições existentes estão em risco”, disse o banco norte-americano.
No entanto, ainda há algum otimismo em relação à performance do real, depois de na semana passada o dólar ter chegado a ir abaixo de 5,00 pela primeira vez desde junho do ano passado.
“Embora muito disso reflita o ambiente de risco mais amplo e o aumento do apetite por carrego no câmbio de mercados emergentes em geral, também reflete a manutenção da postura dura do Copom”, disse o Goldman Sachs em relatório recente sobre o breve tombo da divisa norte-americana para abaixo de 5.
“O Brasil apresenta um ‘ciclo virtuoso’ no qual o real provavelmente se beneficiará do aumento das taxas reais (uma vez que a inflação continua caindo enquanto os juros nominais são mantidos elevados) e no qual as taxas locais provavelmente se beneficiarão de um real resiliente”, acrescentou o banco no documento.
Por outro lado, o Goldman Sachs alertou que “riscos permanecem na frente fiscal, é claro, e um passo em falso significativo da política fiscal ainda pode ofuscar o ambiente macro, num geral, favorável ao câmbio no Brasil”.
O credor privado melhorou suas projeções para o patamar da moeda brasileira dentro de três, seis e doze meses para 4,90, 4,85 e 4,80 por dólar, respectivamente. Sob cenário anterior, o Goldman Sachs esperava taxas de câmbio de 5,20, 5,20 e 5,00 para cada período.
💥️(Atualizada às 17:32)
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