Light (LIGT3): Entenda por que investidores temem futuro da companhia
Mercado pode ter penalizado mais as ações da Light por causa do escândalo contábil da Americanas. (Imagem: Facebook/Light)
A 💥️Light (💥️LIGT3) precisa refinanciar um volume relevante de dívidas que vence a partir de 2024, mas credores “dificilmente” aceitarão realizar a operação sem garantia de que a concessão da distribuidora do grupo será renovada após 2026.
A avaliação é da XP Investimentos, após a notícia de que companhia contratou a Laplace Finanças para assessorar na análise de estratégicas financeiras. Na segunda, Lauro Jardim, do jornal O Globo, disse que a empresa deve entrar com pedido de recuperação judicial.
As ações da companhia recuavam 9% hoje, acumulando baixa de 25% em uma semana.
Para a XP, é possível que o mercado esteja penalizando mais a empresa por causa do escândalo contábil da Americanas (AMER3). O rombo na varejista, avalia, elevou a percepção de risco dos investidores.
“Mas situações que levaram as duas empresas a serem mais acompanhadas recentemente não se assemelham de nenhuma maneira”, disse a corretora.
No terceiro trimestre, a Light reportou aumento de 21% da dívida líquida, na base anual, a R$ 8,7 bilhões.
Tudo sobre uma concessão
Diferente de outras empresas do setor, a concessão da Light Sesa é a única de distribuição detida pela Light S.A. & o que, na avaliação dos analistas da XP, aumenta os riscos ao grupo.
A companhia tem até junho de 2023 para demonstrar interesse na renovação. Após isso, a Aneel teoricamente possui 18 meses para responder (final de 2024).
“O consenso no mercado é de que a Light precisa💥️ negociar com a Aneel a renovação antecipada da concessão, dando assim maior segurança aos acionistas e credores”, diz a XP em relatório assinado por Camilla Dolle e equipe.
No entanto, dizem os analistas, para que a renovação aconteça, seria “prudente” uma revisão no contrato e a criação de metas mais realistas de perdas.
A Light tem um alto nível de perdas de energia na área de concessão, com elevado furto de energia (“perdas não técnicas”).
E se a Light não tiver concessão renovada?
No caso de não renovação da concessão, a Light teria cerca de R$ 10 bilhões a receber referentes a ativos nos quais investiu e que ainda não foram depreciados (RAB).
Segundo Dolle, o pagamento provavelmente seria feito pelo próximo concessionário, via outorga. Mas, diz, “provavelmente” haveria ainda discussões sobre prazos e valor a ser efetivamente recebido.
“Um ponto de atenção é uma possível complexidade para o Estado do Rio de Janeiro encontrar outros operadores privados com interesse em atuar na área de concessão da Light e ainda pagar o volume da outorga” .
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