Novela das metas pode durar até junho; entenda como o CMN define as metas de inflação
Lula defende a revisão das metas de inflação para tentar reduzir a Selic. No entanto, mudança das metas deve ser confirmada apenas em junho. (Imagem: Mehaniq)
Amanhã, o Conselho Monetário Nacional (💥️CMN) tem a sua primeira reunião do ano e do novo governo de 💥️Luiz Inácio Lula da Silva. Participam do encontro o ministro da Fazenda, 💥️Fernando Haddad; o presidente do Banco Central, 💥️Roberto Campos Neto; e a ministra do Planejamento, 💥️Simone Tebet.
Entre as obrigações do CMN, está a definição das 💥️metas de inflação. O regime de metas foi adotado pelo Brasil em julho de 1999 e tem como objetivo garantir a estabilidade dos preços no país, além de trazer credibilidade para o governo no controle da inflação.
“Como a meta é estabelecida para um período longo, o mercado calibra suas expectativas com base no desempenho esperado da economia e no nível de juros estabelecido pelo Copom. O 💥️Banco Central, por sua vez, utiliza as expectativas de 💥️inflação do mercado para calibrar a taxa 💥️Selic. Nesse sentido, a credibilidade da política monetária é fundamental para a ancoragem das expectativas de longo prazo”, afirma Rafaela Vitória, economista-chefe e head do departamento de Research do Inter.
Atualmente, as metas são 3,25% em 2023 e 3% para 2024 e 2025; além disso, existe um limite de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
O CMN sempre trabalha com o período de três anos. Ou seja, este ano, será definida a meta de 2026, além da avaliação das metas já definidas. Essa definição costuma ser feita apenas na reunião de junho, embora o meta de inflação esteja em alta no mercado.
O grupo leva em conta o Índice de Preços Para o Consumidor Amplo (💥️IPCA) para basear as metas.
Guerra às metas
Nas últimas semanas, o presidente 💥️Luiz Inácio Lula da Silva vem criticando duramente a política monetária adotada pelo Banco Central e ele vê nas metas de inflação uma solução para reduzir a Selic, que está em 13,75% ao ano desde agosto, sem intervir diretamente na autonomia do BC.
“Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7% e quando faz isso é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir a meta. Por que não 4,5%, como nós fizemos?”, disse durante uma entrevista na ✅GloboNews.
Entre 2003 e 2016, período dos dois primeiros mandatos de 💥️Lula, a meta ficou estável em 4,5% e com um intervalo de 2 pp, que permaneceu entre 2004 e 2014.
A meta vem sendo reduzida desde 2023. No entanto, já são dois anos consecutivos que a inflação brasileira fica acima do teto estabelecido. Com isso, o Banco Central mantém os juros em alta na tentativa de reduzir esse movimento inflacionários.
Na cabeça de Lula, se a meta fica mais alta, a 💥️inflação do país – que está em 5,79% – estaria mais próxima do teto ou do centro e a Selic poderia ser reduzida.
Segundo informações do ✅Broadcast, 💥️Lula avisou a equipe econômica que quer um aumento de 1 ponto percentual na meta de inflação de 2023. Atualmente, ela é de 3,25%, com um limite de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Na visão do presidente, com a mudança, a Selic poderia fechar 2023 no patamar de 12% ao ano.
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