Ações de bancões estão em momentos diferentes e dois nomes saem na frente em 2023
Ações de bancões são afetadas de maneiras diferentes pelo escândalo da Americanas (AMER3). Leia a coluna do Beto Assad. (Imagem: Pixabay)
Enquanto segue a todo vapor a 💥️temporada de balanços do quarto trimestre de 2022 (💥️4T22) das empresas listadas na B3, as 💥️ações de bancões já mostraram que estão em compassos diferentes.
E o que se pode ver foi uma grande variedade de resultados no 💥️setor bancário, com todos sendo afetados, em maior ou menor grau, pelo escândalo da 💥️Americanas (💥️AMER3).
Entre os chamados “bancões”, apenas o 💥️Banco do Brasil (💥️BBAS3) apresentou um resultado que superou as expectativas do mercado.
O 💥️Itaú (💥️ITUB4) teve um lucro muito bom, mas um pouco abaixo do esperado. Já 💥️Bradesco (💥️BBDC4) e 💥️Santander (💥️SANB11) foram as instituições que entregaram os piores números, mostrando que 2023 será um ano bem desafiador.
Vamos então a cada uma das instituições.
💥️Santander (SANB11)
Primeiro dos grandes bancos a apresentar seus resultados, 💥️o banco decepcionou analistas e investidores com números bem abaixo do esperado. A instituição financeira apresentou um lucro líquido gerencial de R$ 1,68 bilhão no trimestre, bem abaixo das expectativas do consenso Bloomberg de R$ 2,87 bilhões.
No consolidado do ano, seu lucro foi perto de 21% inferior ao balanço de 2023.
Chamou a atenção o seu PDD (provisão para devedores duvidosos) do trimestre, de R$ 7,364 bilhões, o que indica que o banco pode ter se excedido em sua liberação de crédito.
O banco também está sendo um dos maiores afetados pelo “efeito Americanas”, já que é o segundo maior credor da varejista, com R$ 3,6 bilhões de reais em empréstimos à empresa.
Os números indicam que o ano não será fácil para o Santander, mas há sim bastante espaço para melhora.
💥️Itaú (ITUB4)
O maior banco privado do país 💥️apresentou resultados bem mais sólidos. Seu lucro líquido gerencial foi de R$ 7,668 bilhões no último trimestre, um recuo de 5,1% em relação ao trimestre anterior. O consenso Bloomberg mostrava uma expectativa de lucro acima de R$ 8 bilhões.
No acumulado do ano, entretanto, houve um aumento de 14,5% em relação a 2023, com um lucro total de R$ 30,78 bilhões.
No caso das Lojas Americanas, o banco também foi afetado, mas a força de seus números mostra o Itaú mais resiliente do que seus competidores privados.
Sua carteira de crédito com margens mais elevadas deixou o banco numa situação privilegiada no atual cenário, ficando como uma das instituições preferidas de gestores e analistas no segmento financeiro. Também coloco o Itaú como um dos melhores bancos para se investir pelo atual cenário.
💥️Bradesco (BBDC4)
O terceiro dos grandes bancos a divulgar seu balanço cumpriu, infelizmente, 💥️com as previsões mais pessimistas. O Bradesco, que já vinha de um resultado muito abaixo do esperado no trimestre anterior, 💥️voltou a desanimar investidores com seus números, indicando um ano muito difícil pela frente.
O banco fechou o quarto trimestre de 2022 com um lucro líquido gerencial de R$ 1,595 bilhão, queda de 75,9% em relação ao mesmo período de 2023 e de quase 70% em relação ao terceiro trimestre de 2022.
O resultado foi fortemente afetado pelo “caso Americanas”, apesar da empresa não ser citada nominalmente. Todos os bancos, aliás, fizeram seu provisionamento falando de um grande cliente do setor varejista. Não é preciso nenhuma bola de cristal para saber de quem se trata.
No caso do Bradesco, o impacto foi duro. Assim como Santander e Itaú, o banco provisionou 100% da operação. Mas aqui estamos falando do banco que é o maior credor da varejista.
Se, por um lado, o provisionamento elimina o risco das Americanas para 2023, o banco ainda tem um grande desafio com sua carteira de crédito, que vem enfrentando um grau cada vez maior de inadimplência.
Seu PDD teve um salto muito grande, refletindo a jornada complicada para o banco este ano. Assim, coloco o Bradesco junto com Santander, num patamar atrás de Itaú e Banco do Brasil, que vamos falar agora.
💥️Banco do Brasil (BBAS3)
O banco estatal 💥️foi o que melhor desempenhou no último trimestre frente às expectativas.
Enquanto o consenso Refinitiv esperava um lucro de R$ 8,083 bilhões, o BB reportou um resultado trimestral com lucro líquido de R$ R$ 8,627 bilhões, alta de 61,2% na comparação com o mesmo trimestre de 2023.
No caso Americanas, o banco estatal provisionou o valor de R$ 788 milhões, correspondente a 50% da operação. O comunicado também informou que o restante do provisionamento será feito conforme o andamento do processo de recuperação judicial da empresa.
Caso tivesse provisionado 100% do valor da operação, os resultados teriam sido um pouco mais modestos, mas ainda muito bons.
A carteira de crédito do BB também foi destaque do seu balanço, com um valor total acima de R$ 1 trilhão alcançado no período, e índice de inadimplência de 90 dias em 2,51% ao final de 2022.
Assim, junto com ao Itaú, o Banco do Brasil se revelou mais sólido em seus fundamentos para enfrentar a turbulência de 2023.
💥️BTG Pactual (BPAC11)
Não poderia deixar de falar também do 💥️BTG Pactual (💥️BPAC11). O banco apresentou lucro líquido de R$ 1,744 bilhão no último trimestre de 2022, 💥️um aumento de 6% frente ao mesmo período de 2023, mas uma queda de 20,3% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
A queda no resultado reflete diretamente as provisões realizadas pelo banco. Creio que nessa altura todos já imaginam qual é o cliente que levou o banco a provisionar o valor em caso de falência, não é?
Vale lembrar que o BTG é um dos maiores credores das Lojas Americanas, e foi uma das instituições financeiras mais agressivas contra a varejista após a fraude ser exposta.
O banco 💥️provisionou o equivalente a 68% da operação, também ficando no aguardo da RJ da varejista para tomar outras decisões
Sem as provisões não recorrentes, o resultado do trimestre teria sido superior a R$ 2 bilhões.
Ações que saem na frente em 2023
Enfim, pudemos ver um cenário bem diverso entre os principais bancos do país. Como comentei, vejo Itaú e Banco do Brasil mais preparados que os seus concorrentes para enfrentar o cenário de curto e médio prazo.
Olhando mais a frente, acredito que todas as instituições financeiras citadas possuem estrutura e condições para amenizar o impacto negativo da inadimplência tanto do varejo quanto de uma eventual falência das lojas americanas. O investidor só precisará ter um pouco mais de paciência.
Bons investimentos!
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