Carnaval LGBTQIA+ no interior: fervo e cultura fora dos grandes centros

Carnaval LGBTQIA+ no interior: fervo e cultura fora dos grandes centros
Portal de entrada da praça principal de Monteiro Lobato, no interior de São Paulo - Rafael Leick

pousada gay-friendly incrível para a qual quero voltar.

Quando um amigo que mora lá me chamou para escolher a Serra da Mantiqueira como destino para a folia, minhas expectativas eram outras. Adeptos a experiências ao ar livre, a ideia inicial era que nós dois, junto com um casal de amigos, fizéssemos duas trilhas na região, intercaladas com shows locais no palco montado no centro da cidadezinha, próximo à rodoviária.

Os planos começaram a mudar quando o casal de amigos teve que ir embora mais cedo por um problema pessoal e cancelamos as trilhas por conta da chuva. Perrengue de viagem vem um atrás do outro né? Sem TV e buscando ficar mais desconectados, estávamos alheios ao fato de que essa mesma chuva estava destruindo o litoral norte paulista, especialmente São Sebastião. Só soubemos da gravidade de tudo depois. Estávamos fechados num mundinho presente, sem tanta interferência externa.

Para minha surpresa (e a do meu amigo pois até ele achou que ia "flopar"), foi tudo muito mais legal do que eu esperava. Durante o dia, a Banda Filhos da Terra animou as tardes no palco central. À noite, a sensacional Banda Palace, popular na região e de muita qualidade, conseguiu animar o povo com vocalistas excelentes e corpo de dança alto astral todos os dias, seguida por um grupo de "bagunça musical" que é formado só por homens carecas e que conduzia a transição para o DJ Diego Benatti.

Ponto positivo das cidades da Serra da Mantiqueira é que há cachoeiras e trilhas na região - Rafael Leick - Viaja Bi! - Rafael Leick - Viaja Bi! A Praça de Cima, em Monteiro Lobato, é de onde sai o batuque Pereirão, no Carnaval - Rafael Leick - Viaja Bi! - Rafael Leick - Viaja Bi!

Na última noite que aguentamos — mas só a terceira de Carnaval — estávamos com uma amiga (hétero), que trouxe um outro amigo (com síndrome de Down) e, depois de passar uma tarde na cachoeira, nos juntamos com um grupo de várias meninas lésbicas e dançamos até o chão. Foi um arraso.

Meu ponto aqui é que uma cidadezinha de cinco mil habitantes acabou oferecendo a um paulistano acostumado com bloquinhos um Carnaval cheio de festa, diversidade e inclusão, diversão e, diferentemente da capital, segurança. Foi uma experiência memorável!

Vista da região rural próxima a Monteiro Lobato, no interior de SP - Rafael Leick - Viaja Bi! - Rafael Leick - Viaja Bi! Lucas, o meu amigo, tem um podcast relativamente novo que aborda a vida da bicha camponesa, como ele brinca que é, chamado "Interiormanas" e gravou um episódio contando também sobre este Carnaval, o primeiro com experiência total depois do início da pandemia.

A trilha, de fato, não rolou. Mas eu já tenho uma ótima desculpa para voltar e exercitar um pouco mais minha distribuição de amor às pessoas do melhor modo interiorano.

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