Chilenos resgatam uvas abandonadas e criam vinhos com sabor de nostalgia

Os vinhos do Chile não vivem só de cameneres e cabernets. Conheça as uvas patrimoniais - Getty Images/iStockphoto

No entanto, há um novo Chile, de tintos frescos e leves e brancos elegantes, que ganha cada dia mais espaço. São vinhos, boa parte das vezes, feitos de uvas menos famosas, como carignan, cinsault, país, moscatel ou semillon, as chamadas uvas patrimoniais.

As mais antigas, como a uva país, foram levadas para o Chile pelos primeiros colonizadores. Em meados do século 19, chegaram ao Chile as castas francesas. Com o passar dos anos, muitas delas, no entanto, foram relegadas à produção de vinhos populares e sobreviveram apenas em regiões afastadas e pobres.

As castas patrimoniais foram deixadas de lado porque não tinham taninos macios, a cor densa e escura. Enfim, não correspondiam às características do vinho de exportação. Na década de 1990, praticamente tinham desaparecido", conta Julio Bouchon, quarta geração da vinícola Família Bouchon, no vale do Maule.

Contudo, aquelas que não foram arrancadas, muito adaptadas ao ambiente, resistiam sem irrigação em áreas bastante secas. Com isso criou-se um patrimônio enorme de vinhas velhas (famosas por produzirem vinhos de qualidade), principalmente, nos vales do Maule, Itata e Bio-Bio, ao Sul de Santiago. Então, já em meados dos anos 1990, esses vinhedos históricos começaram a chamar a atenção de enólogos e produtores que buscavam por novidades.

💥️As uvas patrimoniais

Carignan

Moscatel de Alexandria

Hoje mais usada no Chile para produzir o destilado pisco e com origem no Mediterrâneo, é uma uva bastante aromática.

Segundo Soledad Prado, da Viña Prado, os vinhedos de moscatel têm mais de 70 anos, mas ela e sua irmã são as primeiras da família a engarrafar esse vinho e vender com marca própria.

O moscatel de Alexandria Sulcador, por exemplo, não só foi fermentado em contato com as peles, como descansou em cubas de rauli, a madeira que os produtores rurais chilenos usavam no passado. O resultado é um vinho alaranjado, com aromas florais, de frutas confitadas e algo resinoso.

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