Cyndi Lauper: "Nunca contei até dez antes de falar"

Cyndi Lauper foi um ícone tanto devido à sua atitude punk e sincera como por causa dos sucessos que marcaram uma época, como "Girls Just Wanna Have Fun". Aos 71 anos, a cantora americana prepara-se para embarcar numa tour de despedida. Cyndi Lauper: Cindy Lauper na 60ª edição dos Prémios Grammy, dia 28 de janeiro de 2018 AFP or licensors

A série de espetáculos levará a artista pela América do Norte a partir de outubro antes de seguir para a Europa em fevereiro.

Lauper vendeu mais de 50 milhões de álbuns graças a sucessos como "Time After Time" e "True Colors", sem deixar de trabalhar apesar de estar menos nos holofotes.

Em 2013, ganhou um prémio Tony pela trilha sonora do musical da Broadway "Kinky Boots".

💥️Foi expulsa de duas escolas quando era jovem. De onde vem essa rebeldia?

Não fui eu, foram eles! Confrontei um padre que disse que a minha mãe iria para o inferno. Que tipo de pessoa diz isso a uma menina de oito anos? Na segunda vez, perguntei a uma freira se ela ainda menstruava e expulsaram-me. Eu queria sair porque naquela escola... bem, algumas pessoas não deveriam cuidar de crianças.

💥️Os sucessos ainda parecem novos quando os toca ao vivo? 

Cada vez é diferente, mas a razão pela qual as pessoas realmente vêm é para se conectarem ao passado. Querem ouvir as suas lembranças. Se puder adicionar algo extra, isso é bom. Entre o ritmo e o som, às vezes, consegue 'viajar'. Essa é a melhor parte de se apresentar porque acho que as pessoas cantam para 'viajar', para se sentirem melhor, para voar.

Quando eu era criança, a vizinha fazia a mesma comida todos os domingos, limpava toda a casa e, à tarde, sentava-se com um acordeão e tocava "Volare". Eu era adolescente pensava: 'Vão matar-me... Quantas vezes preciso que me lembrem que sou italiana?' Mas agora percebo o que ela realmente dizia: "Tenho asas no meu coração". Quando os cantores dão tudo de si, internamente estão a voar.

💥️O que a motivou a lutar pelos direitos dos homossexuais? 

Sou amiga e membro dessa grande família. E não é possível ficar parada a assistir enquanto discriminam a sua família. Houve muitos progressos, mas agora há muitos retrocessos e novamente muito medo e ódio. Penso na minha irmã Ellen, que faz parte dessa comunidade. Nunca teria feito nada sem ela.

💥️Qual é a memória mais importante da sua carreira? 

Tive que lutar por tudo o que queria, simplesmente porque não me iriam dar. Não aproveitei algumas oportunidades porque queria as coisas de uma determinada maneira. Não estava disposta a esquecer por que entrei neste mundo: para me sentir livre, não para ser um passarinho engaiolado.

O prémio que teve maior significado para mim foi provavelmente o da revista Ms. [prémio de Mulher do Ano], em 1984. A revista foi fundada por Gloria Steinem, uma grande líder dos direitos civis. Foi muito influente para mim enquanto eu crescia. Claro, o Tony foi importante, assim como os Grammy. Não que eu tenha muitos Grammys, provavelmente porque nunca contei até dez antes de falar. Talvez tivesse sido uma boa ideia.

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