AtletismoEuropeus: O 10.º lugar nos 1.500 foi o máximo que Isaac Nader conseguiu - Atletismo
O português Isaac Nader reconheceu ter corrido mal a final dos 1.500 metros dos Campeonatos da Europa de atletismo Roma2024 e que o 10.º lugar foi o máximo que conseguiu dar hoje.
“Não foi o que esperava. Isso é óbvio. Não representa metade do que faço no treino. Deus, hoje, não foi tão justo. Noutro dia, seria um justo medalhado, mas não consegui replicar o que treinei, o que fiz há 12 dias [correu a distância em 3.30,84, em Oslo, ficando a 77 centésimos do recorde nacional] não representa nada de hoje. Teria de lutar facilmente pela medalha. Nos últimos 200 metros, já ia um pouco justo”, descreveu o meio-fundista, de 24 anos.
O atleta do Benfica, que detinha a terceira melhor marca do ano entre os inscritos, correu entre o quarto e o quinto lugares, acabando por ceder na parte final, até ao 10.º posto, em 3.34,22 minutos, a 2,28 do norueguês Jakob Ingebrigtsen, que juntou o ‘cetro’ europeu dos 1.500 ao dos 5.000.
“Não tinha nada para dar nos últimos 50 metros. A European Athletics e a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) têm de repensar, têm de defender os atletas. Eu não uso desculpas. Fui 10.º porque corri mal. Nunca serei esse atleta, foi o máximo que pude dar hoje”, prosseguiu.
Isaac Nader contestou a repescagem de cinco atletas das semifinais, quando empreendeu um ‘sprint’ de 400 metros para ficar nos seis lugares de apuramento direto, depois de ter estado envolvido numa queda, no início da última volta.
“As regras têm de ser repensadas, é uma crítica. A European Athletics não podem permitir isto. Se vale tudo, cair e rolar, então para que vale esforçar-me? Havia mais atletas na prova que não deviam estar. Eu posso estar a correr normal, ir por fora, foi uma condição da corrida, como as quedas. Não sei se a queda e o esforço imenso levou a este resultado. Que houve desgaste extra, certamente, toda a gente viu e sabe”, reiterou.
E nem a demonstração de força com a recuperação da final ameniza a revolta do algarvio.
“Honestamente, a resiliência não vale nada. O que conta é o resultado final. Ninguém vai ver que o Isaac Nader caiu na semifinal. No final de contas, ninguém se lembrará que se levantou e foi sexto, sem precisar de ser repescado. Vão recordar-se que foi 10.º nos Europeus Roma2024. Nada mais”, atestou.
Para o atleta natural de Faro, que tinha sido 24.º em Munique2022, “é injusto o que aconteceu”.
“A final devia ter sido a 12 e acabou, mas a vida nem sempre é justa. Não vamos lamentar-nos. Amanhã é outro dia e voltarei ao meu trabalho normal a preparar os Jogos Olímpicos”, prometeu o meio-fundista, que já tem marca de qualificação para Paris2024.
A melhor classificação portuguesa na distância continua a pertencer ao recordista nacional Rui Silva (3.03,07 minutos), que foi segundo em Budapeste1998.
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