"Violência policial no Jamor: Quem nos protege da Polícia?". Associaç&atil
A Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA) veio a terreno criticar a atuação das forças de segurança durante a final da Taça de Portugal no fim de semana, entre o FC Porto e o Sporting, ganho pelos dragões por 2-1. Vários adeptos do FC Porto apresentaram queixas contra a atuação da Polícia, quer antes quer durante o jogo.
A APDA reconhece que alguns adeptos "exibiram comportamentos inadequados, mas a resposta da PSP foi desproporcional e excessiva". A Associação revela ainda que os "excessos policiais [...] deixaram um rastro de feridos nas bancadas e fora delas", detalhando que "balas de borracha atingiram adeptos em várias partes do corpo, incluindo num olho".
A Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA) denuncia "bastonadas indiscriminadas, utilização de gás aleatoriamente e, no final, até crianças precisaram de assistência médica"
O cenário de violência foi chocante e inaceitável, especialmente quando se esperava que a polícia mantivesse a ordem e protegesse os cidadãos", critica a associação, em comunicado.
Eis o comunicado da APDA
"No jogo da final da Taça de Portugal, assistimos a excessos policiais que deixaram um rastro de feridos nas bancadas e fora delas. Balas de borracha atingiram adeptos em várias partes do corpo, incluindo num olho, bastonadas indiscriminadas, utilização de gás aleatoriamente e, no final, até crianças precisaram de assistência médica. O cenário de violência foi chocante e inaceitável, especialmente quando se esperava que a polícia mantivesse a ordem e protegesse os cidadãos.
Sim, é verdade que alguns adeptos exibiram comportamentos inadequados, mas a resposta da PSP foi desproporcional e excessiva. A revolta contra as autoridades cresce a cada episódio de violência. Cada vez menos adeptos se sentem seguros ou próximos da polícia, que deveria estar ali para garantir a segurança de todos.
A nossa denúncia não se limita à violência física exercida pela PSP. Imagens televisivas comprovam jornalistas fazendo acusações infundadas e aleatórias contra os adeptos, alegando consumo de substâncias ilícitas sem qualquer prova. Um momento particularmente revelador, do discurso de ódio, foi quando um adepto no meio daquele caos pediu calma à polícia de forma respeitosa. Nesse momento, foi injustamente acusado por uma jornalista de incitar à violência e de insultar as autoridades. Nada mais falso podia ser dita por essa irresponsável apelidada de jornalista. Esta narrativa, carregada de estereótipos discriminatórios, apenas serviu para inflamar ainda mais o cenário que temos à nossa volta. É a prova do discurso de ódio que tem sido permitido contra os adeptos de futebol, em particular os membros de grupos Ultra. Disto não falam os hipócritas que residem na Assembleia da República e mesmo fora dela.
Foi mais um dia negro para os adeptos, um reflexo de um problema sistêmico que precisa de ser urgentemente abordado. Não é apenas a violência física que nos preocupa, mas também a impunidade e a falta de responsabilização dos superiores da polícia, do governo, dos meios de comunicação social e das instituições desportivas.
Até quando veremos estas cenas repetirem-se? Até quando os responsáveis ficarão de braços cruzados?
O que se espera agora é uma resposta firme e transparente das autoridades. É fundamental que haja uma investigação imparcial sobre os incidentes, que os responsáveis pelos excessos sejam identificados e que se tomem medidas concretas para evitar que tais abusos se repitam - ou vamos ter adeptos interditos pelas tochas e agentes da autoridade agressores impunes? A confiança entre os cidadãos e as forças de segurança precisa ser restaurada, e isso só será possível com justiça e transparência.
A pergunta "quem nos protege da polícia?" precisa de uma resposta concreta e positiva, é dever das autoridades fornecê-la a bem do interesse público."
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