Tadej Pogacar foi & obrigado& a vencer a 16.ª etapa do Giro num dia em que planeava "tentar relaxar&a
O plano do esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates) não era vencer a 16.ª etapa da Volta a Itália em bicicleta, que lidera de forma folgada, mas viu-se ‘obrigado’ a isso pela sua própria superioridade.
Pogacar, que já tinha triunfado na segunda, sétima, oitava e 15.ª etapas, cumpriu hoje os 118,7 quilómetros entre Laas e o Monte Pana, em tirada encurtada devido ao mau tempo, em 2:49.47 horas, sendo 16 segundos mais rápido do que o italiano Giulio Pelizzari (VF Group-Bardiani CSF-Faizanè), segundo, e que o colombiano Daniel Martínez (BORA-hansgrohe), terceiro.
Nas contas da geral, o esloveno de 25 anos, que foi campeão da Volta a França em 2023 e 2023 e está a estrear-se no Giro, é ainda mais líder, agora secundado por Daniel Martínez, a 7.18 minutos, depois de o britânico Geraint Thomas (INEOS), agora terceiro a 7.40, ter perdido tempo.
O dia explica-se como as cerejas, com temas dominantes em pares, começando pelo caos, gerado pelo ‘braço de ferro’ entre Mauro Vegni (diretor de corrida) e Adam Hansen (presidente da associação de ciclistas) quanto à melhor forma de lidar com o mau tempo previsto para partes da tirada, já afetada pela saída de cena do Stelvio devido a risco de avalanche.
A organização queria uma muda de roupa num cume a 2.500 metros de altitude, mas levou a melhor a proposta dos ciclistas, de encurtamento da tirada, depois de muita confusão, críticas, entradas e saídas de autocarros e dúvidas quanto à partida real, mais tarde assente em Laas.
O caos também predominou na Movistar, que lançou Pelayo Sánchez na fuga do dia para o perseguir, mais tarde, pela força do colombiano Nairo Quintana, em função das pretensões de Einer Rubio, nono à geral e candidato à liderança da juventude, só para, tendo apanhado o escapado, voltar a lançá-lo no ataque, antes de um problema mecânico pôr fim à bizarra estratégia, mais uma da longa lista das usadas pela equipa espanhola.
Noutro ‘par de cerejas’, as do poder da amizade, o francês Julian Alaphilippe (Soudal-QuickStep) e o italiano Mirco Maestri (Polti-Kometa) voltaram a juntar-se numa fuga após o gaulês triunfar na 12.ª etapa e oferecer ao companheiro de escapada a camisola desse dia.
Desta feita, Maestri ‘descolou’ cedo e o antigo bicampeão do mundo de fundo foi alcançado já na subida final, em que Pogacar se impôs, mas quase ‘sem querer’, como admitiu o polaco Rafal Majka, seu ‘general’ neste Giro.
Quando faltava um quilómetro para o fim, o esloveno, relutante, foi seguindo a roda do polaco, que lhe deu indicação de que não teria forças para disputar a vitória em etapa, lançando-se então ‘Pogi’ no encalço dos fugitivos.
Não demorou a alcançar (e ultrapassar) o jovem Pellizzari, de 20 anos, que em 2023 tirou uma fotografia com Pogacar, seu ídolo, hoje convertido em ‘papão’ ao roubar-lhe uma vitória que o tornaria famoso – e apetecível no mercado de transferências, já que corre por uma equipa de fora do WorldTour.
Já depois de contar os triunfos, lentamente, em cima da linha de meta, o líder da ‘corsa rosa’ abraçou o ‘miúdo’ da Bardiani, entregou-lhe os óculos e ainda a camisola rosa que envergava.
“Admiro-o muito, neste Giro tem estado muito forte e pode ser que vença esta semana”, admitiu o homem que hoje consumou um raro ‘penta’ de vitórias em etapa numa grande Volta, liderando ainda de forma folgada a classificação da montanha.
De resto, quanto a Pogacar, que admitiu que queria “tentar relaxar” neste dia, sendo ‘forçado’ a atacar e vencer pela estratégia da Movistar, pode dizer-se que é a 12.ª vitória na época em que também ‘limpou’ a Liège-Bastogne-Liège, a Strade Bianche e a Volta à Catalunha – quase tudo o que correu, com a exceção da Milão-Sanremo, em que foi terceiro.
Abaixo, com resultados mais ‘mortais’, o colombiano Daniel Martínez conseguiu ultrapassar Geraint Thomas, segundo no Giro em 2023, e para já é segundo, na única mudança nos 15 primeiros lugares da geral, em que o português Rui Oliveira (UAE Emirates) é 129.º.
Na terça-feira, a 17.ª de 21 etapas liga Selva di Valgardena ao Passo Brocon, com novo dia de alta montanha e chegada em alto ao cabo de 159 quilómetros.
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