Sérgio Conceição falou com João Moutinho ao telefone e explica o timing no falhan&am
Na antevisão à visita ao terreno do Estrela da Amadora, Sérgio Conceição não fugiu ao mercado de transferências e à contratação falhada de... João Moutinho:
"Inicialmente, o presidente falou-me dessa situação. Eu, olhando, não para o passado, mas pelo passado recente, pareceu-me que estava em condições de poder ajudar. Falei, inclusive, com o João Moutinho ao telefone, no início da semana, e, entretanto, com a saída do Otávio, houve que ajustar uma ou outra situação de mercado, ao nível da capacidade que temos, com grandes dificuldades. O 'timing' não foi o melhor, até porque, para essa posição, temos Romário Baró, Bernardo Folha, Nico, Varela, Grujic e Eustáquio. Naquele momento, com a saída do Otávio, houve coisas a ajustar. Como não existe a capacidade de, de um dia para outro, perder um jogador como o Otávio e ir buscar outro por mais 20 milhões, tivemos de conversar durante dois ou três dias do equilíbrio fundamental para termos sucesso em todas as competições, e o João optou por ir para Braga. O João, como Quaresma ou Pepe, faz parte do ADN do clube. Não consigo dizer mais nada porque, entretanto, não aconteceu mais nada", explicou o treinador do FC Porto em conferência de imprensa.
💥️Sobre o impacto do mercado e a saída de Otávio: "Alguns países ainda não fecharam, o que é extremamente prejudicial para as equipas de menor capacidade financeira. Estamos a falar de 'timings'. O 'timing' para quem está a precisar, é sempre mau. Não é normal eu chegar à véspera de um jogo e ter um jogador fundamental a sair. Estou a falar do Otávio, que tem mais de 280 jogos, foi o melhor jogador do campeonato passado... Era super-importante na equipa, é óbvio. Eu cheguei a um sábado, véspera de jogo com o Farense, em que o Otávio esteve a semana toda para ir a jogo. Na sexta-feira, entrei numa clínica para fazer uma intervenção cirúrgica aos joelhos, e saí no sábado com o Otávio vendido. O presidente já falou sobre isso. O Otávio não queria treinar, eu saí do hospital, ainda não muito bem da anestesia, mas não é que, no dia a dia, esteja assim tão bem... Foi difícil perder um jogador da qualidade dele antes de um jogo. Não nos podemos esquecer que perdemos um campeonato por dois pontos. O jogo com o Farense valia três. Ganhámos, mas..."
💥️Forma de ser de Sérgio Conceição quando ganha e quando perde: "É uma excelente questão, mas, sinceramente... Quando, perante vocês, a minha família, os meus amigos e o público em geral, digo o que sinto, porque, se não, prefiro não dizer, não sou o mais genuíno possível, sou genuíno, digo aquilo que sinto. Olhando para o que fiz, é óbvio que mudaria alguns comportamentos, sem dúvida nenhuma, mas, naquele momento, fui o que fui. Amanhã, serei o que serei. A minha vida foi de luta. Acredito que a dos outros treinadores também tenha sido. Ninguém gosta de perder e toda a gente gosta de ganhar, mas há alguns que sentem de forma diferente. Se isto justifica tudo? Obviamente que não. Se atenua uma ou outra situação? Sim? Eu, como pessoa, aprendo todos os dias, e como treinador igual. É neste processo, em que sou apaixonado pela vida e respeito quem trabalha comigo, os meus amigos e família que procuro ser melhor hoje do que fui ontem. Faz parte da evolução da vida, e aceito-a de bom grado."
💥️Divulgação dos áudios do VAR: "Vou dar um exemplo muito curto. Houve uma antevisão a um jogo com o Marítimo em que me falaram de antijogo e o Lito Vidigal era o treinador do Marítimo. Acreditava, na altura, que os treinadores tinham estratégias para não sofrer golos e tentar marcar, mas, se o árbitro vê que há antijogo e de dar dez minutos de compensação, que dê. Não é que, nesse jogo, houve dez minutos de compensação? Nessa altura, dez minutos era um escândalo. Eu tive um processo por isso. Tenho de ter cuidado ao falar dessas questões. É importante toda a gente contribuir. Falo de mim e de todos os intervenientes diretos num trabalho difícil como é o do árbitro. Custa-me mais compreender os erros que têm cometido no VAR, porque, aí, não há a pressão do próprio jogo, dos jogadores, dos adeptos. Está-se confortavelmente tranquilo para tomar boas decisões, e não têm existido boas decisões. É uma fase que espero que passe, e que não é boa para o futebol português."
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